A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu explicações ao governo estadual e brasileiro sobre o despejo de famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da área da Usina Ariadnópolis, na cidade de Campo do Meio, no Sul de Minas. A ção aconteceu em agosto deste ano.
De acordo com o MST, 14 famílias das 450, que ocupavam uma área entorno da sede da antiga Usina Ariadnópolis e na Escola Popular Eduardo Galeno, na cidade de Campo do Meio, foram despejadas. As famílias e os trabalhadores do MST resistiram por 50 horas à reintegração durante a pandemia do novo coronavírus.
Leia Mais
Em protesto contra ação de despejo em Campo do Meio, MST fecha BR-116 em ValadaresSede do Incra em BH é ocupada por manifestantes do MSTMST realiza protesto em rodovias de Minas por Reforma AgráriaBombeiros evacuam fazenda no Sul de MG por risco de rompimento de barragem Produtora rural perde 5 mil litros de leite ao ficar 36 horas sem energia
Durante o despejo, o MST afirma que a Polícia Militar abusou da violência física e psicológica contra as famílias. “Utilizando bombas de efeito moral, um grande contingente policial, armamento pesado e inclusive, um helicóptero para jogar poeira e fuligem sobre as famílias Sem Terra”, completa.
Na época, a Polícia Militar enviou nota dizendo que realizou o trabalho de forma pacífica e segura. O pedido de explicações veio de um pedido da medida cautelar apresentada à comissão em favor das famílias.
“Nossa expectativa é de que o Estado brasileiro, o governo e o judiciário nunca mais cometam despejos violentos como esse no Acampamento Quilombo Campo Grande. Esse conflito demonstra a necessidade da Reforma Agrária em nosso país. São 90 mil famílias acampadas pelo Brasil que precisam ter seu direito de acesso à terra garantido”, explica.
No documento, com prazo de 10 dias, enviado ao Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a CIDH questiona se foram apresentadas denúncias pelas ameaças alegadas pelos trabalhadores sem-terra e pede para que o governo do Estado e do Brasil informem se há planos de despejo e realocação dessas famílias.
Ainda de acordo com o MST, as famílias despejadas foram acolhidas e recebem o suporto do movimento. O Estado de Minas entrou em contato com o governo do estado e aguarda resposta.