De acordo com o MST, 14 famílias das 450, que ocupavam uma área entorno da sede da antiga Usina Ariadnópolis e na Escola Popular Eduardo Galeno, na cidade de Campo do Meio, foram despejadas. As famílias e os trabalhadores do MST resistiram por 50 horas à reintegração durante a pandemia do novo coronavírus.
“Este foi o 12º despejo na trajetória do local, uma área com 11 acampamentos, mais de 2 mil pessoas, produtora anual de mais 500 toneladas de café e outros alimentos livres de agrotóxicos”, afirma assessoria de imprensa do MST.
Durante o despejo, o MST afirma que a Polícia Militar abusou da violência física e psicológica contra as famílias. “Utilizando bombas de efeito moral, um grande contingente policial, armamento pesado e inclusive, um helicóptero para jogar poeira e fuligem sobre as famílias Sem Terra”, completa.
Na época, a Polícia Militar enviou nota dizendo que realizou o trabalho de forma pacífica e segura. O pedido de explicações veio de um pedido da medida cautelar apresentada à comissão em favor das famílias.
“Nossa expectativa é de que o Estado brasileiro, o governo e o judiciário nunca mais cometam despejos violentos como esse no Acampamento Quilombo Campo Grande. Esse conflito demonstra a necessidade da Reforma Agrária em nosso país. São 90 mil famílias acampadas pelo Brasil que precisam ter seu direito de acesso à terra garantido”, explica.
No documento, com prazo de 10 dias, enviado ao Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a CIDH questiona se foram apresentadas denúncias pelas ameaças alegadas pelos trabalhadores sem-terra e pede para que o governo do Estado e do Brasil informem se há planos de despejo e realocação dessas famílias.
Ainda de acordo com o MST, as famílias despejadas foram acolhidas e recebem o suporto do movimento. O Estado de Minas entrou em contato com o governo do estado e aguarda resposta.