(foto: Tulio Santos/EM/D.A.Press)
“Faltou brilho”, observa a jovem, acostumada com os pinheiros, sinos, estrelas e papais noéis que, até o ano passado, eram montados no local com centenas de milhares de lâmpadas de LED. Para evitar aglomerações, a ornamentação tradicional foi substituída por um roteiro de luzes, com imagens projetadas em 14 prédios - os nove do circuito cultural da Praça da Liberdade e mais seis espalhados pelo Centro de BH.
Débora faz da visita natalina à praça um programa romântico com o namorado, o supervisor de operações Roberto Senra. O casal diz que a nova proposta de ornamentação não chegou a estragar o passeio. “Apesar do pouco brilho, as projeções nos prédios estão muito bonitas. Gostamos muito dos temas das imagens, que abordam os 300 anos de Minas. É o Natal possível, é o novo normal. O importante é celebrarmos que estamos chegando perto do fim dessa batalha. Continua valendo a pena sair do Barreiro para vir aqui”, reflete Senra.
O empresário Emerson Guimarães não demonstra nostalgia ao falar da nova proposta de ornamentação. Ele diz que prefere a versão mais sóbria adotada este ano. Por ele, as lâmpadas exuberantes podem continuar guardadas na caixa para sempre. “Eu gosto de Natal, mas gosto mais de economia! Precisamos pensar nisso. Não é tempo de esbanjar, é tempo de ter consciência”, observa o mineiro, que percorreu de bicicleta os 14 prédios do roteiro de luzes esta noite. A Praça da Liberdade foi sua parada final.
O 'novo Natal'
O tradicional circuito de luzes da Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul da Capital,foi inaugurado na noite de quarta-feira (2/12) e permanecerá montado até 6 de janeiro. Para evitar as aglomerações normalmente geradas com a atração, a decoração foi descentralizada. Moradores e turistas poderão conferir projeções de imagens, luzes e arranjos distribuídos por diversos pontos da cidade. Além dos equipamentos culturais da Praça da Liberdade, o percurso inclui a Praça da Estação e o Palácio das Artes. Segundo a prefeitura, a ideia é que as pessoas possam apreciar as obras em movimento, a pé ou de carro.
As projeções são de autoria do artista Ricardo Cançado, que misturou elementos da rica paisagem mineira com símbolos da herança colonial do estado. A narrativa visual percorre a história de Minas desde o período pré-colonização, quando o território ainda era predominantemente habitado por povos indígenas, até os dias atuais, passando pela Inconfidência Mineira e a escravidão.