Se o mineiro sabe fazer festa, é também bom de despedidas. No último dia da flexibilização da venda de bebidas alcoólicas para bares e restaurantes da capital, muitas pessoas aproveitaram o domingo em vários pontos da região da Savassi e do Bairro de Lourdes para o último brinde na companhia de amigos e pessoas queridas antes da entrada em vigor do decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), nesta segunda-feira (7/12), que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas in loco. Os comerciantes estão liberados para vender bebidas, mas os clientes não podem consumir no estabelecimento.
Mas o clima do domingo, nublado, com queda da temperatura, não animou tantos belo-horizontinos a sair de casa para a mesa do bar. A cidade estava mais calma, com ruas vazias. O dia estava mais convidativo para o aconchego do lar, para maratonar séries e relaxar com mais tranquilidade sem a preocupação de estar na rua e passar por todo o processo de higienização que envolve o enfrentamento da COVID-19 (pelo menos para quem segue as regras).
O movimento na Savassi, ainda que com bar com música ao vivo, estava mais quieto durante a tarde. A concentração ficou restrita à praça da Rua Tomé de Souza, no quarteirão fechado. Havia um clima de confraternização, com mesas ocupadas e, algumas com muitas pessoas, mais do que o recomendado para manter o distanciamento.
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Já o gerente Luciano Vieira, do Estação Savassi, não sabe o que virá. O bar foi comprado em janeiro, para abrir em março, e veio a pandemia e meses fechado: “O decreto foi uma surpresa, os bares foram os mais prejudicados. Falam de aglomeração e as feiras e os ônibus? Fomos os últimos a voltar e, agora, os primeiros com mais restrições. Faturamento em queda, contas a pagar, tínhamos 21 funcionários e precisamos dispensar oito, enfim, difícil. Apesar de vendermos petiscos, a bebida é que a faz girar. Quem abre para almoço não sentirá tanto como os bares. Vamos esperar, ver o que acontece, se vamos continuar ou não abertos”.
Já o gerente Luciano Vieira, do Estação Savassi, não sabe o que virá. O bar foi comprado em janeiro, para abrir em março, e veio a pandemia e meses fechado: “O decreto foi uma surpresa, os bares foram os mais prejudicados. Falam de aglomeração e as feiras e os ônibus? Fomos os últimos a voltar e, agora, os primeiros com mais restrições. Faturamento em queda, contas a pagar, tínhamos 21 funcionários e precisamos dispensar oito, enfim, difícil. Apesar de vendermos petiscos, a bebida é que a faz girar. Quem abre para almoço não sentirá tanto como os bares. Vamos esperar, ver o que acontece, se vamos continuar ou não abertos”.
A decisão do prefeito Alexandre Kalil (PSD) atende a orientação e pedido do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus em Belo Horizonte diante do aumento da taxa de transmissão por infectado (Rt) na capital. Portanto, a partir desta segunda-feira está em vigor a lei seca em bares e restaurantes.
Capital dos botecos
Mas quem decidiu se despedir dos bares e restaurantes pedia para o relógio ir mais devagar, afinal BH é a capital dos botecos e está na alma mineira este compartilhamento. Os bares e restaurantes do Bairro de Lourdes, nas ruas Marília de Dirceu, Alvarenga Peixoto, Curitiba e São Paulo, estavam cheios, com todos curtindo os últimos momentos da flexibilização, que voltará ou não a partir do resultado do monitoramento que os órgãos de saúde e gestão do município colherão ao longo dos próximos dias.
O prefeito já deixou bem claro qual decisão deve tomar: se houver queda da contaminação, a medida pode ser revista; se aumentar, há chance até de lockdown na capital. Tudo depende do alastramento do Sars-Cov-2,que atuará de acordo com o comportamento de cada cidadão quanto a seguir as medidas sanitárias, de higienização e cuidado diante do risco de propagação do novo coronavírus. A Secretaria Municipal de Saúde avisa que a proibição da comercialização de bebidas alcoólicas é primordial para evitar que a situação saia do controle.