De acordo com o boletim de ocorrência registrado, a briga aconteceu em frente à casa do policial militar licenciado no Bairro Vila Floriano, depois que a irmã da médica teria colidido com o carro dela no veículo do militar, que estaria na contramão. Em seguida, a médica, de 28 anos, registrou o caso com fotos.
No momento em que a profissional registrava o acidente, a esposa do policial teria saído de casa para tirar satisfações. Os ânimos se exaltaram e o militar também saiu da residência. Na versão contada pela médica, o homem a teria intimidado: “Você sabe com quem está falando?”, teria dito o suspeito para a profissional de saúde.
A médica ainda relatou no boletim de ocorrência que o PM teria agredido ela e o marido com a muleta que ele usava. “Momento em que Estela tentou intervir a agressão do militar e outro cidadão no esposo. Entretanto, o PM segurou o braço dela, a jogando no chão, recebendo chutes na região da perna e quadril, e visualizando cerca de quatro homens agredindo o marido”, trecho do boletim.
A mulher do PM contou que estava em casa na comemoração de aniversário do filho, quando escutou um barulho na rua e foi verificar o que era. Segundo ela, a irmã de Estela estaria embriagada e com dificuldades para remover o veículo do local. “O namorado dela teria tirado o carro, estacionando próximo. Ela teria feito contato com o militar narrando que a mesma não possuía habilitação e que pagaria os danos causados”, diz.
Neste momento, a médica teria chegado no local e registrado o fato. Segundo a esposa do militar, a médica teria xingando o esposo dela com palavras de baixo calão.
A médica foi socorrida para o Hospital Alzira Velando, em Alfenas. De acordo com o advogado dela, Eduardo Pereira Dias, a vítima passou por exames e segue medicada em casa.
Todos os envolvidos foram levados para a Delegacia de Polícia Civil de Alfenas, prestaram depoimento e foram liberados. O caso é investigado pela polícia.
Protesto
O caso gerou polêmica na cidade e um grupo feminista fez manifestação na cidade nesse domingo (6/12). A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Câmara Municipal de Poço Fundo publicaram nota em repúdio ao caso.
Em nota, a Câmara Municipal de Poço Fundo, diz que aguarda a apuração correta do caso. “Vem a público externar sua solidariedade com as vítimas do fato ocorrido nesse fim de semana, em nossa cidade, lamentamos profundamente que vivamos em um mundo que ainda comporte violência”, diz comunicado.
A OAB também publicou nas redes sociais que exige rigorosa apuração dos fatos. “Para que não se dê ensejo à eventual impunidade”, ressalta.