Dores de Campos, cidade de 10,2 mil habitantes, situada no Campo das Vertentes, é considerada a capital mineira da selaria. O ofício secular da produção das selas e acessórios de montaria está sendo repassado para novas gerações por meio de um curso, durante a pandemia do novo coronavírus, quando foi registrado também o aumento da procura pelos produtos.
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O projeto Jovens Seleiros é desenvolvido pelo Sebrae Minas, em parceria com a Escola Estadual Duque de Caixas e a Selaria Merson Couros. A iniciativa tem como objetivo oferecer aos jovens uma oportunidade de emprego e renda e combater a evasão escolar.
A proposta também visa manter a tradição de produção de selas, que surgiu na cidade entre 1835 e 1840, de acordo com registros históricos.
Além de formar profissionais capacitados para atuar nas selarias locais, o curso objetiva promover a cultura empreendedora entre os jovens o desenvolvimento socioeconômico do município.
Os alunos participaram de aulas de empreendedorismo, orientadas por instrutores e analistas do Sebrae Minas. As aulas práticas sobre ofício de seleiro são ministradas por profissionais que atuam no ramo no município.
Durante a capacitação, são adotados todos cuidados preventivos contra a transmissão do coronavírus, com o uso de máscara, disponibilidade de álcool em gel e respeitado o distanciamento.
Aumento da procura durante a pandemia
Considerada a Capital Mineira da Selaria, Dores de Campos tem cerca de 170 empresa do ramo. A atividade de selaria é responsável por absorver 75% dos trabalhadores do município. As selas e acessórios de montaria são exportados e enviados para todo o país.
Durante a pandemia do novo coronavirus (COVID-19), houve o aumento da procura pelos produtos das selarias, já que muitas pessoas têm buscado praticar atividades ao ar livre e fora das aglomerações. As empresas da cidade passaram a enfrentar a falta de mão de obra especializada para aumentar a produção e atender todos os pedidos.
A analista do Sebrae Minas Kenia Floret salienta que o projeto Jovens Seleiros foi criado com objetivo de suprir essa demanda. “Não existe hoje um curso profissionalizante para seleiros no município. Nosso objetivo é gerar mão de obra qualificada e, ao mesmo tempo, incentivar os jovens a continuarem os estudos ou voltarem para a escola. A cidade nunca produziu tanto e agora, mais do que nunca, precisa de novos profissionais qualificados”, afirma Kenia.