Durou três horas o depoimento do motorista Luiz Viana de Lima, que conduzia o ônibus que caiu de uma ponte na BR-381, em João Monlevade, na Região Central de Minas, na última sexta-feira (4/12). Durante sua fala, o condutor confirmou que o veículo apresentou problemas mecânicos no momento do acidente, que deixou 19 pessoas mortas.
O motorista foi ouvido em João Monlevade. Ele estava desaparecido desde o dia do acidente. Luiz Viana teria pulado do veículo com outras cinco pessoas antes de o coletivo cair da ponte, de uma altura de 35 metros. De acordo com o delegado Paulo Tavares, Viana disse que fugiu do local por medo. Ele só reapareceu nesta segunda-feira (7/12), acompanhado de um advogado que não é ligado à empresa Localima, dona do ônibus envolvido na tragédia.
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“Segundo ele – isso vai ser confirmado ou não, posteriormente, por meio das provas periciais e demais provas testemunhais – houve uma falha técnica. O ônibus voltou (de marcha ré). Segundo ele, houve um problema no freio do ônibus”, afirmou.
O motorista, de acordo com Paulo Tavares, estava emocionalmente abalado e chorou o tempo todo durante o depoimento. Luiz Viana não teve escoriações ao saltar do ônibus em queda e, segundo o delegado, não chegou a deixar a região de João Monlevade durante a fuga do local do acidente.
Apesar do estado emocional de Luiz, ele deu “informações relevantes” durante o depoimento, segundo o delegado. O condutor não deixou de responder a nenhuma pergunta e foi bastante claro nas respostas. Ele não foi detido e deverá ser ouvido novamente nos próximos dias.
“Ele não foi detido, até porque não havia nenhuma cautelar ainda contra ele. Ele foi ouvido e agora as investigações vão dar prosseguimento. Ele deve dar novas declarações, ainda tem novas colaborações em relação ao inquérito policial. Não há, neste momento, a necessidade da custódia cautelar dele”, destacou Tavares.
Filha da dona da Localima passa mal em depoimento
Além do motorista, a Polícia Civil ouviu, nesta segunda-feira, a filha da dona da Localima, que representou a empresa dona do coletivo em Belo Horizonte e João Monlevade. Ao delegado, ela destacou que não conhece ao certo os trâmites da empresa, mas apresentou documentos que mostravam o arrendamento do ônibus junto à empresa JS Turismo. Durante a oitiva, a mulher chegou a passar mal, tendo que receber atendimento médico.
“Ela alegou no depoimento que ela não conhece muito bem os trâmites da empresa, que a empresa está no nome da mãe dela, e quem conduz essa empresa é a mãe e o pai, além dos irmãos. Durante o depoimento, ela teve um mal estar e foi atendida por um médico da Polícia Civil, sem maiores consequências, e resolvemos encerrar o depoimento dela naquele momento, até porque ela não trazia muitas qualidades no depoimento que pudesse ser usado como elemento probatório”, ressaltou Paulo Tavares.
O delegado afirmou que aguarda a mãe e o pai da mulher, que são donos da Localima, para prestar depoimento na próxima semana. De acordo com Paulo Tavares, 10 pessoas já foram ouvidas formalmente até o momento. A conclusão do inquérito depende dos resultados da perícia técnica e de diligências fora de Minas.