Jornal Estado de Minas

VACINA

Cobertura vacinal: 1800 crianças de BH vão participar de pesquisa

O Ministério da Saúde está realizando o inquérito de cobertura vacinal, que tem como objetivo de saber como está a caderneta de vacinação das crianças nascidas em 2017 e que vivem nas áreas urbanas das capitais brasileiras. Belo Horizonte foi uma das cidades escolhidas para a pesquisa que terá início ainda na primeira quinzena de dezembro. Um total de 1800 crianças vai participar do inquérito.




 
Segundo o Ministério da Saúde, a escolha pela idade (3 anos) se deu porque essas crianças já deveriam estar com o calendário básico de vacinas completo e o inquérito quer verificar justamente a trajetória de imunização dos pequenos, conforme Calendário Nacional de Vacinação, do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
 
De acordo com a coordenadora estadual do Inquérito de Cobertura Vacinal e pesquisadora em saúde pública do Instituto René Rachou - Fiocruz/Minas Gerais, Taynana Simões, em Belo Horizonte serão 13 entrevistadores que irão percorrer todas as regiões da cidade. Eles serão identificados por camiseta e crachá fornecidos pela empresa Science, responsável pela equipe de entrevistadores. 

“Por causa da COVID-19, todos os entrevistadores estarão com equipamentos de proteção individual e as informações serão preenchidas por meio de um tablet. É importante a participação de todas as crianças selecionadas na pesquisa. A entrevista terá tempo estimado de 20 a 30 minutos”.





Os pais e responsáveis pelas crianças, após responderem ao questionário, terão a caderneta do filho fotografada e os dados recolhidos serão analisados e concluídos até dezembro de 2021. A coordenadora ressalta que a  família escolhida que não estiver com a caderneta de vacina do filho em dias deverá, mesmo assim, ser entrevista. 

Vacinação em queda


A cobertura mais baixa foi a da segunda dose da vacina Tríplice Viral, que protege contra o Sarampo, Caxumba e Rubéola. (foto: Foto: Reprodução youtube Jornal da Alterosa)
Em queda há cinco anos, as coberturas vacinais não atingiram nenhuma meta no país no calendário infantil desde 2017. Segundo a pesquisadora em saúde, várias hipóteses são levantadas para explicar o fenômeno, tais como o próprio sucesso do programa, a perda de medo de doenças erradicadas ou de baixa incidência no país, o movimento antivacina, problemas logísticos na aplicação das doses e da oferta nas unidades de saúde e mudança do sistema de informação. 

“Nesse sentido os inquéritos domiciliares se colocam como uma das melhores estratégias para estimar as prevalências e a distribuição de agravos à saúde e seus determinantes em uma população de interesse, além de possibilitar aprofundar o estudo das desigualdades. Além disso, será possível avaliar os motivos relacionados com a baixa cobertura através do questionário que contempla questões socioeconômicas, de acesso dessas famílias às vacinas”.





Segundo levantamento da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o estado não alcançou nenhuma das metas de cobertura vacinal para crianças de 0 a 4 anos de idade em 2020. A cobertura mais baixa foi a da segunda dose da vacina Tríplice Viral, que protege contra o Sarampo, Caxumba e Rubéola, que atingiu apenas 58% da população alvo, seguida da vacina contra a Poliomielite, que registrou a cobertura de um pouco mais de 60%. A vacina de maior cobertura foi a DTP, que protege contra a Difteria, Tétano e Coqueluche, com 80% do público alvo.

Taynana Simões salienta sobre a importância da população em receber os entrevistadores, responder a todas as perguntas,  mostrar as carteirinhas de vacinação e comprovantes de campanha dos seus filhos. “Apenas com a colaboração de todos, teremos informações suficientes para entender os motivos das quedas das coberturas vacinais e dar embasamento científico para que o Ministério da Saúde possa aprimorar nosso programa de imunização que é referência mundial”

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