Uma reconstituição de crime demorada, com mais de quatro horas de duração. Foi assim nesta quinta-feira (10/12), quando a Polícia Civil fez a recriação dos eventos que levaram à morte de Hilma Balsamão de Morais, de 38 anos, que foi encontrada morta depois de cair da cobertura de um prédio no Bairro Castelo, o último dia 20 de novembro. A investigação é para tentar descobrir se foi suicídio ou se ela foi assassinada. O principal suspeito, nesse caso, seria seu amante, o empresário Gustavo Veloso, de 42 anos, dono do apartamento.
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Polícia ouve familiares de mulher morta após queda de prédio no CasteloPolícia prende suspeitos de espancar homem até a morte em prédio ocupado no CasteloInquérito conclui que morte de mulher no Bairro Castelo foi acidentalEmpresário Fred Arbex é assassinado a tiros em Juiz de ForaHomem que assassinou policial militar em 1997 é preso no Novo São LucasEssa interdição durou até pouco depois das 20h, quando os trabalhos da polícia e da perícia foram encerrados. Por diversas vezes, aliás, os trabalhos foram interrompidos, devido à circulação de helicópteros de emissoras de televisão. A cada vez que um se aproximava da cobertura ou circulava em volta do prédio, os trabalhos eram interrompidos.
Na rua, houve uma área de circulação impedida em frente ao prédio. No entanto, as imediações ficaram cheias de gente e muitas pessoas se amontoavam em janelas de prédios vizinhos, tentando ver o que se passava na cobertura.
Uma mulher, que trabalhava junto à perícia, foi amarrada numa corda, para repetir o movimento da vítima, ao cair da cobertura até o chão, na área privativa do mesmo prédio. As luzes acesas aumentaram ainda mais a curiosidade e muitos vizinhos queriam, a todo custo, conseguir informações sobre o andamento do caso, fazendo perguntas aos policiais, que nada respondiam.
O caso segue sob segredo de justiça e, por isso, a Polícia Civil não pode dar nenhuma informação.
Presença do suspeito
Gustavo Veloso, o principal suspeito, chegou ao local por volta de 18h, acompanhado de seu advogado e do filho adolescente, que estava no apartamento no dia da morte. Acontecia uma festa na casa do empresário.
O filho é peça chave das investigações, pois Gustavo alega que teria pedido ao filho para filmar a discussão entre ele e Hilma, e que esta teria lhe tomado o celular, impedindo, assim, a filmagem.
Sabe-se pouco sobre o que aconteceu no apartamento. O que foi informado até o momento, é que Gustavo e Hilma discutiram antes de ela cair do prédio. Segundo ele, o motivo da discussão foi o fato dele dizer a ela que não mais se envolveriam. Ele teria alegado, ainda, em depoimento à polícia, que a discussão aconteceu depois que ele se recusou a manter relações amorosas com ela.
A família da vítima afirma que o casal estaria vivendo um caso amoroso. O advogado do empresário, no entanto, alega que ele não tinha nenhum relacionamento com ela, pois tinha uma relação estável com outra mulher.
A Polícia Civil distribuiu nota explicando que os trabalhos são coordenados pelo Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com o apoio técnico dos peritos do Instituto de Criminalística, e acompanhados pelo Ministério Público e advogados do companheiro de Hilma.
“A PCMG ressalta que o inquérito que investiga as causas da morte da vítima tramita em segredo de justiça e esclarece que os trabalhos são realizados com total isenção e imparcialidade com o único objetivo de chegar à verdade real dos fatos. Outras informações serão repassadas na conclusão do inquérito, quando for levantado o segredo de justiça”, diz a nota.