O secretário de Saúde Jackson Machado afirmou que Belo Horizonte está com toda logística montada para a vacinação da COVID-19. "Se a vacina chegar hoje, amanhã já conseguimos vacinar", afirmou ao Estado de Minas em entrevista por telefone na manhã desta sexta-feira (11/12). Jackson disse que ainda não é possível dizer quando será o início da vacinação, mas ele espera que a vacina possa ser adquirida pelo Ministério da Saúde em janeiro.
O secretário afirmou que as negociações da prefeitura com o Instituto Butantan e Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) têm como objetivo garantir um plano B e C para a capital mineira, caso o Ministério da Saúde não disponibilize a vacina. O Instituto Butantan produz, em parceria com o laboratório chinês Sinovac, a vacina Coronavac. Já Bio-Manguinhos tem parceria para a produção da vacina Oxford/AstraZeneca.
No entanto, o secretário afirmou que, pela tradição do Plano Nacional de Imunizações(PNI), é muito pouco provável que não haverá aquisição de uma vacina contra a COVID-19. "Duvido muito. O PNI é um dos melhores do mundo", disse.
A logística para a vacinação está pronta na capital. O secretário informou que foram adquiridas 2,5 milhões de seringas e 4 milhões de agulhas e, até março, serão compradas outros 2 milhões de seringas. O secretário também afirmou que a capital tem capacidade de armanezamento de vacinas que precisam ser guardadas em baixas temperaturas, como a da Pfizer, já adotada pelo Reino Unido, onde a vacinação já teve início.
Jackson Machado informou que a prefeitura conta com 12 ultrafreezeres com temperatura de 120 graus negativos. A vacina da Pfizer precisa ser armazenada com temperaturas de menos 70 e 80 graus.
Cerca de 20 mil servidores da área da saúde participarão da vacinação nos 152 centros de saúde da capital. O secretário alerta que não será possível vacinar toda a população de imediato. Haverá um escalonamento por perfis. Os profissionais de saúde serão oprimeiro grupo a receber o imunizante, seguido pelos idosos, pessoas com doenças que tragam complicações para a COVID-19 e indígenas. "Não queremos que as pessoas aglomerem nos postos de saúde".
Mesmo com o início da vacinação, o secretário alerta que é esencial manter as medidas de prevenção. Ele alerta que "o vírus circula em grande quantidade na cidade". O Rt, taxa de transmissão, está em 1.04.
"Embora a vacina seja uma luz no fim do tunel, não vamos vacinar 2,7 milhões belo-horizontinos de hoje para amanhã, evitemos aglomerações, principalmente festas e eventos famílias", afirma.