A família de Rivânia Pereira da Silva, de 40 anos, assassinada covardemente em Juiz de Fora, na Zona da Mata, continua vivendo dias de angústia, que começaram em 30 de novembro, quando a artesã desapareceu. Rivânia era natural de Teófilo Otoni e morava em Juiz de Fora. Os familiares, agora, sofrem com os preparativos para o sepultamento do corpo, que deverá ocorrer nesta quinta (17/12) ou sexta-feira (18/12), em Teófilo Otoni.
A irmã de Rivânia, Rita de Cássia Pereira de Andrade, que mora em Teófilo Otoni, mas está em Juiz de Fora tomando as providências necessárias para o traslado do corpo, disse que, apesar da situação adversa, se sente aliviada, de certa forma. “Foi uma crueldade sem tamanho o que fizeram com ela, nem sei dizer mais o que estou sentindo. Parece que estou anestesiada”, disse.
Rita disse que está sob ameaça e que pessoas ligadas às que assassinaram sua irmã de forma cruel e covarde, podem estar seguindo seus passos, como fizeram no domingo (13/12), por volta das 5h10 da manhã, tentando arrombar o apartamento onde ela estava em Juiz de Fora.
“Eles são perigosos. Nós os descobrimos pelas câmeras do circuito interno do prédio e graças às imagens gravadas, chegamos até a casa onde estava o corpo de Rivânia”, disse.
“Eles são perigosos. Nós os descobrimos pelas câmeras do circuito interno do prédio e graças às imagens gravadas, chegamos até a casa onde estava o corpo de Rivânia”, disse.
O assassinato foi motivado por um empréstimo de R$ 33 mil, feito por Rivânia para a mulher, uma mãe de santo, acusada de assassiná-la. Rita conta que nas investigações feitas pela família, havia um registro de transferência eletrônica no valor de R$ 26 mil para a acusada. Outros valores, somados a esse, totalizam a dívida, que Rivânia cobrava e que lhe custou a vida. A mãe de santo, o namorado e os dois filhos dela foram presos em flagrante nessa segunda-feira (14/12).
Depois de matar Rivânia, dois de seus assassinos ainda sacaram mais R$ 1,6 mil na conta da artesã, em um caixa eletrônico localizado dentro de um supermercado juizforano. Ao fazer os saques, eles foram filmados pelas câmeras de segurança do supermercado.
“Primeiro, eles viram que o saldo da conta era de R$ 1.605. Tentaram sacar todo o valor, mas só era possível sacar R$ 1.500. Sacaram esse valor e depois voltaram, para sacar mais R$ 100”, explicou Rita, que está em Juiz de Fora desde 7 de dezembro e não vê a hora de chegar em sua cidade, Teófilo Otoni.
Corpo identificado
Na tarde desta terça-feira (15/12), Rita foi ao IML de Juiz de Fora acompanhar o processo de identificação do corpo de Rivânia, que não tinha tatuagens, manchas ou sinais característicos. Para ser identificado, foi necessário retirar um pedaço de tecido de um dos dedos para recolher a impressão digital.
O corpo de Rivânia, que foi encontrado dentro de um tambor, no quarto da casa da mulher acusada de ser a assassina, estava em adiantado estado de decomposição, condição que motiva a demora na identificação.
“Minha irmã foi morta com golpes que quebraram o seu pescoço. Depois, foi levada ao banheiro e os assassinos ligaram o chuveirinho e colocaram dentro de sua boca, para que ela fosse asfixiada pela água”, disse Rita, qualificando o crime como uma monstruosidade.