Jornal Estado de Minas

MUTIRÃO

Voluntários se unem em Florestal e recuperam espaço público degradado

A união faz a força, restaura espaços degradados, promove a solidariedade e ainda espalha beleza. Com espírito coletivo e muita determinação, um grupo de voluntários tirou do completo abandono uma praça em Florestal, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, transformando-a em área de convivência e integração urbana. Foram mais de três meses de enxada na mão, chapéu para proteger do sol, e, claro, máscara e distanciamento social como pedem os novos tempos até a inauguração no fim da tarde de quarta-feira (16). O nome do  local não  poderia ser mais adequado: Praça Todos os Santos da Quarentena, com a bênção do padre Valmir Ferreira D'Eça.



"O tempo da quarentena permitiu que recuperarássemos o lugar, então coberto de mato, com muito cupim, e sem os equipamentos necessários para os moradores aproveitarem o  ambiente", conta, com entusiasmo, a belo-horizontina Giovanna Penido, que trabalha no setor de comunicação em moda e passou os últimos meses, no município, com o marido e os dois filhos. "Todo mundo participou do mutirão. Foi  muito bom, pois integrou as pessoas, dentro dos protocolos sanitários, claro", afirma. Mergulhada no projeto de requalificação, Giovanna quebrou o braço e passou por uma cirurgia no município de Pará de Minas,  mas depois voltou a "pegar no pesado", como se diz no interior mineiro.

Com o avançar dos dias, a empreitada foi ganhando mais adeptos e recebeu o apoio da prefeitura, que cedeu a água para plantio e depois iluminou o espaço. "Toda a vizinhança do entorno da praça se mobilizou, plantou árvores, flores e jardins, instalou bancos, fez caminhos de pedrinhas e restaurou um cruzeiro centenário de uma antiga fazenda da região, bem como uma grutinha de oração", conta Giovanna.

BATISMO


Com toda a movimentação, acrescenta Giovanna, várias imagens de santos foram sendo incorporadas à grutinha e o nome da praça nasceu: Praça Todos os Santos da Quarentena. "Neste ano de incertezas e muita instabilidade, o objetivo foi trazer acolhimento e esperança. A ação reforçou as atitudes e sentimentos de união e amparo, transformando o abandono em afeto e alegria."

Para garantir o futuro do espaço, os moradores estão  mais solidários do que nunca e se empenham em não deixar lixo acumulado, plantas no seco e os bancos, que foram feitos por um produtor rural, sem manutenção. "Com meus novos amigos, mergulhei nas construções de pontes e praças. Projetos que recuperaram minha esperança no outro, trouxeram histórias e abriram caminhos para a cidade que me acolheu nesses dias de tanta incerteza", revela a belo-horizontina Giovanna.  





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