Jornal Estado de Minas

CRIME

Justiça condena engenheiros do viaduto que caiu em BH na Avenida Pedro I

Cinco engenheiros foram condenados por homicídio culposo, um por crime doloso e outros dois foram absolvidos pela queda do viaduto da Avenida Pedro I, Região Norte de Belo Horizonte, em julho de 2014. A decisão é da juíza em cooperação da 11ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Myrna Fabiana Monteiro Souto. 





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A obra foi executada como parte do plano para melhorar a mobilidade durante a Copa do Mundo, realizada no Brasil em 2014. Duas pessoas morreram no desabamento, que feriu também seis operários que trabalhavam no local e 17 passageiros do micro-ônibus atingido pela queda.

Os condenados são diretores, coordenador-técnico e engenheiros responsáveis pelas construtoras Cowan S.A. e Consol Engenheiros Consultores Ltda. e supervisor, diretor e secretário de Obras e Infraestrutura da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), órgão responsável pela gestão do setor no município. 


Dois profissionais que trabalhavam na Cowan, F.A.S. e J.P.T.M., morreram durante o curso do processo judicial, sendo extinta a punibilidade de ambos.

O boliviano O.O.S.L., residente em outro país, teve o processo desmembrado. Os funcionários da Cowan, M.S.T., e da Sudecap, D.R.P., foram absolvidos por falta de provas da responsabilidade deles na queda da estrutura. 



Causas do desabamento

Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), as causas do desabamento apontaram para vários fatores. 

O MP apontou ''erros e omissões grosseiras, descaso com o dinheiro público, irresponsabilidade de quem devia zelar pela segurança, aceitação de riscos, negligência na fiscalização, pressa e urgência desmedidas", tendo em vista o calendário com a aproximação do início da Copa.

De acordo com o MP, “a urgência era perceptível e a Sudecap, que nada fiscalizava de fato, queria somente que as empresas se entendessem e tocassem o projeto”.

Pena

A juíza Myrna Monteiro Souto condenou cinco engenheiros, por crime culposo, a cumprir penas que variam de 2 anos e 7 meses a 3 anos e um mês de prisão.

A magistarada concedeu o direito de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito e cada um deve pagar o valor em dinheiro de 200 salários-mínimos aos dependentes das duas vítimas fatais e outros 50 salários-mínimos para cada uma das 23 vítimas lesionadas. 





O engenheiro da Cowan, O.V.C., condenado por crime doloso (dolo eventual), não teve o direito a essa substituição. Ele foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão porque era responsável por fiscalizar as obras do viaduto e foi avisado dos estalos antes da queda.

“Ele deveria ter interrompido o trânsito, evitando assim que vidas fossem ceifadas e lesionadas”, concluiu a magistrada. 

A juíza ainda proibiu que os seis condenados exerçam a profissão, por tempo igual ao período de condenação. O secretário de obras teve suspenso o direito de exercer cargo público. Todas as penas serão cumpridas em regime inicialmente aberto. (Com informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais) 

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