Gustavo é fotógrafo na área da moda e, constantemente, pega alguns trabalhos em São Paulo. Mas por conta da pandemia de COVID-19, ele tem ficado no Sul de Minas. Segundo o fotógrafo, assim que ficou sabendo dos testes da vacina, quis ser um voluntário.
“Uma amiga que trabalha em uma empresa que fornece equipamentos hospitalares me informou que o Centro Paulista de Investigação Clínica (CEPIC) estava precisando de voluntários, e precisava passar por uma triagem antes”, explica Gustavo.
O contato com o laboratório Pfizer foi através do whatsapp. “Fiz a triagem relacionada com a minha saúde, respondi algumas perguntas e eu tinha os requisitos necessários para tomar a vacina e fazer parte do experimento”, completa.
Em seguida, Gustavo foi convidado a comparecer ao CEPIC para ser examinado e saber se o organismo dele era compatível para receber as doses da vacina. “Lá passei por todos os exames de sangue e do cotonete. Deu tudo certo, eu não tive COVID-19 e minha saúde estava ótima”, diz.
A primeira dose foi aplicada em 16 de outubro. “Tomei a primeira dose, que é um pouco mais fraca, e não tive reação. Fiquei no laboratório por cinco horas. Como a vacina é mantida a uma temperatura de menos 70º C, esperei todo todo o processo. A aplicação durou em torno de 40 minutos”, explica.
Após algumas semanas, o varginhense retornou ao laboratório para receber a segunda dose da vacina contra o novo coronavírus. “Eles fazem todo um acompanhamento. Tenho um aplicativo, que atualizo constantemente para eles fazerem as análises”.
O fotógrafo segue sem sintomas. “É uma decisão difícil, mas na vida temos um propósito maior de ajudar as pessoas. O medo fica de lado nessas horas. O fato de assinar um termo ficando responsável pelas reações e isentando o laboratório mexe com a gente sim, mas fiquei confortável de saber que eles me dariam todo suporte necessário caso tivesse alguma reação”, ressalta.
Vacina da Pfizer
A vacina da Pfizer e da BioNTech contra a COVID-19 é baseada no RNA mensageiro, ou mRNA, que ajuda o organismo a gerar a imunidade contra o coronavírus, especificamente o vírus SARS-CoV-2. A ideia é que o mRNA sintético dê as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. Uma vez produzidas no organismo, essas proteínas (ou antígenos) estimulam a resposta do sistema imune resultando, assim, potencialmente em proteção para o indivíduo. Embora não haja vacina de ácido nucleico registrada para humanos, algumas já foram testadas em humanos. Existem também vacinas veterinárias de ácido nucleico comercializadas, e a tecnologia de DNA recombinante tem sido usada para criar outras vacinas.