Muito oferta e muita procura: o cenário perfeito para os comerciantes. É assim que o sábado (19/12) é avaliado pelos lojistas espalhados pelo Hipercentro de Belo Horizonte, naquele que é o primeiro dia com expediente estendido, após a prefeitura liberar o funcionamento das 9h às 20h para as lojas de rua. Antes, elas funcionavam das 10h às 19h.
O objetivo da Prefeitura de BH com o aumento do expediente era impedir grandes aglomerações nos estabelecimentos.
Porém, nas lojas populares do Centro da cidade, muitas filas foram registradas, sobretudo próximo aos caixas, no início da tarde. O mesmo acontecia nos provadores.
A costureira Lúcia Amorim saiu cedo de Caeté, na Grande BH, para comprar materiais para trabalhar. “Com esse horário estendido, consegui vir um pouco mais cedo. Só consigo comprar as coisas aqui (no Centro), porque é onde encontro preços mais em conta”, diz a profissinal.
E os preços seduzem ela, principalmente depois de um ano com faturamento em queda. “Meus materiais aumentaram até cinco vezes de preço. Tive que embutir esse preço nos produtos. Como não tem ninguém bem financeiramente, ficou complicado”, afirma.
Patrícia Pereira reuniu as duas irmãs para fazer as compras de Natal em conjunto e garantir os presentes para toda a família. O trio foi até a Rua Tupinambás para procurar roupas com bom custo-benefício.
“Esse horário estendido foi bom, porque a gente consegue fazer as compras com mais tranquilidade. A pandemia preocupa, mas é legal ver que todas as lojas têm álcool (em gel) e obrigam todos a usar máscaras”, diz.
Gerente de uma loja popular na Tupinambás, Solange Soares conversou com a reportagem e afirmou que o movimento deu uma leve melhorada neste sábado. E o diálogo com o Estado de Minas foi rápido, já que a enorme fila de clientes obrigava a profissional a se dedicar ao trabalho de maneira integral.
Mesmo com as compras de Natal já feitas, o vigilante Marcos Alberto aproveitou o sábado para se presentear. Com duas calças sociais na mão, ele comemorou o comércio aberto com horário prolongado. “Foi bom. Os preços estão bacanas também”, disse.
Justificativas da prefeitura
O anúncio da medida foi feito pelo prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), em entrevista coletiva dada nessa sexta (18/12).
"Queria dizer que não vamos fechar a cidade. Estamos ampliando o comércio de rua das 9h até 20h e os shoppings de 10h às 21h. Vamos ampliar simplesmente para evitar aglomeração, não é porque a situação está boa não. É uma medida técnica para evitar aglomerações (...) Isso não é para passear na rua não", afirmou.
O novo horário será válido por tempo indeterminado.
"Nós vamos no dia a dia. Porque depois do Natal, tem não sei o quê, troca de presente, a gente conhece, tem família. Sabemos como é isso. Aí o cara te dá uma camisa xadrez horrorosa e tem que sair de novo, ir na loja trocar. Todo mundo é igual, pensa igual”, disse o chefe do Executivo municipal.
Fiscalização já interditou seis estabelecimentos
A Prefeitura de BH interditou seis estabelecimentos espalhados pela cidade desde quinta (17/12) por desrespeito às regras de segurança contra a proliferação do novo coronavírus na cidade.
De acordo com a Subsecretaria de Fiscalização, duas multas também foram aplicadas no período. O órgão fechou esse balanço às 8h deste sábado (19/12).
Entre os estabelecimentos fechados pela prefeitura está um buffet localizado no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul da capital mineira.
Uma festa regada a muita bebida alcóolica acontecia no local quando os fiscais chegaram ao local na madrugada deste sábado, segundo a PBH.
Desde 19 de março, conforme o balanço do Executivo municipal, os fiscais realizaram 71 mil abordagens a estabelecimentos espalhados pela cidade. Dessas, 5,6 mil resultaram na detecção de alguma irregularidade.
Além disso, os servidores efetuaram 204 interdições de lojas e aplicaram 27 multas.
Como denunciar estabelecimentos irregulares?
Por meio do site da prefeitura, o cidadão pode denunciar estabelecimentos que não estejam seguindo as regras contra a COVID-19. Basta clicar no canto direito no botão “Fale Conosco” e, em seguida, em “Ouvidoria”.
Quem preferir também pode ligar para o telefone 156 para indicar alguma irregularidade.