Após vários meses com horários reduzidos em função do crescimento do coronavírus, o comércio de Belo Horizonte enfim pôde abrir as portas com o expediente mais longo, o que agradou comerciantes e proprietários de estabelecimentos. Neste sábado (19/12), as lojas ficarão abertas das 9h às 20h com o objetivo de repor as perdas por causa da pandemia. Anteriormente, o horário previsto era das 10h às 19h, apenas.
O comerciante e presidente do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte e Região (Sindilojas), Nadim Donato, avaliou positivamente a ampliação do horário do comércio imposta pela prefeitura da capital. Para ele, o novo expediente é um incentivo a mais para os lojistas conseguirem sobreviver em meio a um cenário de incertezas.
“Foi muito bom, mas não é ampliação. É o retorno do horário do comércio. Quando o Sindilojas fazia a convenção coletiva com o sindicato dos empregados, a gente ampliava para trabalhar até 23h ou meia-noite. O que a prefeitura fez foi retornar o horário normal do comércio. Nos ajudou, sim, não estamos reclamando”, afirmou.
Ele entende que é possível os estabelecimentos conseguirem honrar os compromissos por causa do aumento das vendas no mês, já que as ruas estão bastante movimentadas: “O momento realmente requer isso. Trabalhar até tarde, às vezes, não têm ônibus suficiente para isso. Mas esse retorno do horário já é uma ajuda muito grande, um alívio, porque é um momento de venda, quando os clientes vão nas lojas, que ficam mais cheias. E há essa aglomeração”.
A extensão do horário só foi possível depois de negociação dos empresários com os integrantes do Comitê de Enfrentamento ao coronavírus na capital, composto pelo secretário municipal de saúde, Jackson Machado, e pelos infectologistas Carlos Starling, Unaí Tupinambás e Estevão Urbano. Os lojistas se comprometeram a aderir aos protocolos de segurança, como uso de máscaras e álcool em gel, além da limitação de movimento no interior das lojas.
Mesmo com a mudança, as vendas ficarão num patamar inferior ao do ano passado. “O faturamento de dezembro ficará entre 80% e 90% do que arrecadamos no período de 2019. Vai nos ajudar muito, porque o momento agora é ruim para nós. Precisamos recuperar. Mas não vamos conseguir se reabilitar das perdas ao longo do ano. Isso ficará para 2021 mesmo”, afirma Nadim.
Futuro sem perspectiva
O presidente do Sindilojas sabe que 2021 será tão complicado quanto neste ano: “Esse horário da prefeitura não será reduzido. O que pode ocorrer é uma alta muito grande nos leitos de UTI, que pode fechar o comércio. Mas nesse caso fecha todo mundo. Então, acreditamos que podemos começar o ano com o comércio funcionando normalmente, com exceção do domingo, que não iremos abrir. Acreditamos num primeiro trimestre mais difícil, mas depois podemos recuperar (as perdas)”.