Jornal Estado de Minas

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Universidade inglesa reconhece o mutum-do-sudeste como salvo da extinção

Pesquisadores internacionais da Universidade de Newcastle, do Reino Unido, incluíram o mutum-do-sudeste (Craxblumenbachii) em um grupo de pelo menos 21 espécies de aves que foram salvas de extinção nos últimos 30 anos devido a esforços de conservação.





O mutum-do-sudeste foi salvo da extinção graças ao trabalho desenvolvido pelo Projeto de Reintrodução de Aves Silvestres Ameaçadas de Extinção (Projeto Mutum), iniciativa da Celulose Nipo-Brasileira SA (Cenibra) na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), Fazenda Macedônia, localizada à margem direita do rio Doce, no município de Ipaba (MG).  

O projeto, ao longo dos 30 anos em que é desenvolvido, tornou-se referência internacional para a comunidade científica, por meio de um acordo de cooperação técnica e científica entre a Empresa e a Sociedade de Pesquisa do Manejo e da Reprodução da Fauna Silvestre (CRAX), entidade não governamental sediada em Contagem (MG). 

Segundo os pesquisadores de Newcastle, o objetivo do estudo era saber quantas extinções foram evitadas desde 1993, quando entrou em vigor a Convenção sobre Diversidade Biológica, e desde 2010, quando foram adotadas as últimas metas relativas a ela, incluindo aquela sobre prevenção de extinções.

Os pesquisadores focaram apenas em aves e mamíferos, pois são os grupos de animais mais estudados pela ciência, com maior quantidade de dados globais disponíveis. Só foram analisadas espécies que constassem na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como "extintas na vida selvagem", "criticamente ameaçadas" ou "ameaçadas".





Após um extenso levantamento, o grupo apurou que ações de conservação evitaram entre 21 a 32 extinções de aves e 7 a 16 de mamíferos desde 1993, e entre 9 a 18 extinções de aves e 2 a 7 mamíferos desde 2010.

O estudo menciona que cinco delas conseguiram melhorar seu status graças a esses esforços. São elas a choquinha-de-alagoas (Myrmotherulasnowi), o mutum-de-alagoas (Pauximitu), o mutum-do-sudeste (Craxblumenbachii), a arara-azul-de-lear (Anodorhynchusleari) e a ararinha-azul (Cyanopsittaspixii).

“O Projeto Mutum é um exemplo efetivo de que reintegrar as espécies ameaçadas ao seu ecossistema natural pode ser uma excelente solução para prevenir sua extinção e ainda promover a recuperação das florestas. Cuidar da biodiversidade e investir em ações que promovam a conservação da natureza é um meio de garantirmos também a sobrevivência da nossa espécie, cultura e valores”, disse Jacinto Moreira de Lana, coordenador de meio ambiente da Cenibra. 

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