Elo entre o primitivo arraial de Curral del-Rey e a metrópole dos mineiros, um símbolo religioso da capital que completou 123 anos no dia 12 começa a ser restaurado para valorizar ainda mais a história dos belo-horizontinos. Às vésperas do Natal, teve início ontem a intervenção no altar da antiga Matriz Nossa Senhora da Boa Viagem, provavelmente datado de fins do século 18, com características do rococó mineiro, que integra o acervo do Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua (Igreja Boa Viagem), templo em estilo neogótico que completará o centenário em 2022 e fica na Região Centro-Sul da cidade.
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COVID-19: Hospitais privados de BH têm 40% mais leitos ocupados que o SUSCarreta que transportava combustível tomba e interdita a BR-040Belo Horizonte tem terça-feira de céu encoberto e previsão de chuvaPapa Francisco nomeia bispos auxiliares para a Arquidiocese de BHOntem, acompanhando a colocação dos andaimes no coro da igreja, padre Marcelo contou que a obra vai durar seis meses, em três etapas, e a expectativa é ter o retábulo pronto para as festividades em louvor à padroeira de BH, em 15 de agosto de 2021.
De acordo com o Iepha, o projeto executivo para restauração prevê a imunização contra cupins, a revisão e substituição de peças estruturais ineficientes, recomposição do fundo, forro do camarim e coroamento, limpeza e reintegração da camada pictórica e douramento. O valor do investimento é de R$ 200 mil. Em madeira e com características do rococó mineiro, o altar apresenta ornamentação em talha dourada representando rocalhas, folhas de acanto, rosas e outros elementos fitomorfos sobre fundo branco.
A Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem passou por várias construções e demolições. A última intervenção ocorreu em 1931 e foi projetada pelo escritório do arquiteto Luís Signorelli. O tombamento estadual do templo se deu em 1977. A proteção abrange a construção e a praça que a circunda, os bens que compõem o seu interior, como a Imagem da padroeira, o lavatório da sacristia, a pia batismal, a custódia do 2º Congresso Eucarístico Nacional, realizado em 1936, e os três retábulos da antiga matriz e os dois sinos da chamada catedral provisória remanescentes da antiga Matriz da Boa Viagem.
Houve ainda diversas obras, como a retirada do pórtico original em 1949, e a inserção do relógio da torre em 1951. A última intervenção no entorno foi em 1994, com a restauração dos jar- dins. Em 20 de novembro, após oito anos de obras, foi concluído totalmente o restauro do interior da igreja e mais a imagem da padroeira. A próxima etapa será a parte externa.
Origem em 1709
Inaugurada em 1922 como monumento ao centenário da independência do Brasil, a Igreja Boa Viagem tem trajetória que vai muito além de quase um século de fundação. “É preciso lembrar que a história da capital surgiu com a imagem que estava na capela original, em torno da qual nasceu o arraial, formou-se a vila e cresceu a capital. São mais 300 anos”, reforça padre Marcelo Silva.
Em 1709, o português Francisco Homem del Rey conseguiu autorização da Coroa portuguesa, por meio de cartas de sesmarias, e se estabeleceu na região onde hoje se encontra Belo Horizonte. Trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atlântico.