Um jovem de 19 anos morreu em um assalto a noite dessa terça-feira no Bairro Tupi A, na Região Norte de Belo Horizonte. Ele trabalhava no caixa de um supermercado quando foi baleado por um criminoso. Três suspeitos foram presos na madrugada de hoje, um deles um menor de idade que teria se envolvido no crime para ganhar um revólver.
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Ao chegar ao caixa onde a vítima estava, eles anunciam o assalto. De acordo com a PM, o rapaz parecia ter dificuldades para abrir a gaveta do dinheiro. Ele foi baleado pelo assaltante mesmo sem ter esboçado qualquer reação. Quando o funcionário cai, ele recolhe o dinheiro do caixa e foge. O comparsa também escapa levando uma sacola com garrafas de bebida do estabelecimento.
Quando a PM chegou ao supermercado, encontrou o rapaz atingido por um tiro no tórax e ainda com sinais vitais. Ele foi levado ao Hospital Risoleta Neves, na Região de Venda Nova, e conduzido ao bloco cirúrgico. Mas ele acabou morrendo.
Informações dão conta de que ele havia começado a trabalhar no supermercado há poucos dias, e era o primeiro emprego dele com carteira assinada.
De posse das características dos assaltantes, os policiais começaram um rastreamento que os levou ao Bairro Jardim Atlântico, na Pampulha, nesta madrugada. No bairro fica a casa do suposto comparsa da dupla, que poderia ter ajudado na fuga.
A casa foi cercada pela polícia. Militares conseguiram entrar por um buraco em um muro. Os homens que estavam lá correram, mas não havia saída. A mãe do suspeito de envolvimento no caso autorizou a entrada dos policiais.
Um adolescente de 17 anos, que seria o que fugiu com as garrafas de bebidas, foi encontrado atrás de um armário. De acordo com a PM, de imediato ele confirmou participação no crime e disse que o responsável pelo disparo era outro, de 18 anos. Na calça do menor um policial recolheu R$ 60 reais, que ele disse ser produto do roubo. O restante do dinheiro teria sido usado para pagar uma corrida de aplicativo na fuga e para comprar drogas.
Ao ser abordado, o suspeito de atirar no caixa do supermercado confessou participação no crime, segundo os policiais, mas permaneceu em silêncio ao ser perguntando se havia atirado no jovem. Ainda de acordo com a PM, durante o registro da ocorrência ele passou a negar envolvimento no crime.
As roupas que usadas pelos assaltantes, identificadas no vídeo, também foram apreendidas pela polícia nessa casa. O morador, de 29 anos, disse que só ajudou os dois a se esconder, mas não participou do crime.
Ele levou aos policiais a uma casa próxima, onde estava escondido um revólver calibre 32.
Motos roubadas a troco de arma
Conforme o boletim de ocorrência, apesar de ter negado participação direta no assalto, ao acessar o celular dele os militares encontraram várias trocas de mensagens sobre o crime.
De acordo com a polícia, através das mensagens foi apurado que ele prometeu dar a arma definitivamente ao adolescente se ele roubasse três motocicletas em uma semana para entrega-lo. Ele disse que o menor teria que devolver a arma ontem (22), porque o prazo havia terminado. Mas o adolescente pediu que ele esperasse até a noite, porque roubaria três motos naquela data e o entregaria como combinado. Uma delas seria roubada no supermercado onde o jovem foi morto.
Conforme a polícia, ele chegou a enviar ao mais velho um vídeo que mostra a motocicleta que seria roubado parada na calçada do estabelecimento.
Áudios no celular do suspeito também mostram que, após o latrocínio (roubo seguido de morte), o dono do aparelho começa a articular meios para os comparsas. Ele pediu a uma mulher para chamar um carro de aplicativo para a dupla embarcar, em um local indicado, e leva-los para a casa dele. A PM informou que ainda há outros áudios nos quais ele demonstra medo de que os três sejam presos.
Conforme a PM, o adolescente confirmou ter recebido o revólver dele na semana passada para roubar os veículos, e que resolveram assaltar o supermercado para levar a motocicleta que sempre estava parada na frente do local e que pertenceria a um funcionário.
Ainda de acordo com a polícia, após a apresentação dos dados pelo celular e o encontro da arma, o homem de 29 anos teria assumido que entregou o revólver ao menor diante da promessa de receber três motocicletas, e que abrigou a dupla em casa porque temia que a prisão dos dois terminaria com a dele.
A Polícia Militar também informou que uma testemunha que trabalha no supermercado reconheceu os suspeitos do assalto. E, apesar de estar na sala de monitoramento quando o crime ocorreu, o proprietário disse ter reconhecido as roupas.
Além do revólver, roupas, celular e os R$ 60, também foram apreendidos mais um aparelho telefônico, quatro garrafas de gin e cinco munições calibre 32. Por ter um menor de idade envolvido, a ocorrência foi registrada na Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad).