Jornal Estado de Minas

Crise no ensino

COVID-19: pais pressionam por data para retorno das aulas em Belo Horizonte



O fim do ano, antes da pandemia da COVID-19, era sinônimo de alívio para pais e alunos depois de longo período de estudo. No entanto, em 2020, famílias de crianças e adolescentes estão desesperadas sem uma posição de quando as aulas presenciais serão retomadas em Belo Horizonte no ano que vem. O governo de Minas anunciou o início do ano letivo para 4 de março, mas sem previsão de reabertura das escolas. A Prefeitura de BH não anunciou a data do início do ano letivo e nem sequer o momento para que as crianças possam voltar às salas.




 
O tema é polêmico, mas parte dos pais se organizou em grupos, elaborou manifestos, instalou outdoor por toda cidade, se reuniu com comitê do governo municipal com o objetivo de ter um indicativo de como e, principalmente, quando será a retomada, depois de quase 10 meses sem aulas presenciais nas redes públicas, municipal e estadual, e privada.

“Estamos deixando claro que passou da hora de voltar. Agora, estamos às vésperas do Natal, mas, em 1º de fevereiro, tem que voltar. Não tem outra escolha”, diz a gerente comercial Sheila Freire, coordenadora do movimento Pais pela Educação. Com filhos em idade escolar na rede privada, ela lembra que a definição para a retomada das aulas tanto nas escolas públicas quanto privadas cabe ao prefeito Alexandre Kalil (PSD). Ela destaca que o longo tempo sem o convívio social tem trazido prejuízos à saúde mental de crianças e jovens.


 
Sheila observa que os pais esperavam uma posição da PBH antes do fim do ano, mas a resposta não veio. Ela destaca que, embora o Estado pretenda voltar em março, as escolas do Estado dependem de autorização da prefeitura para funcionarem.




 
“Passou do limite. Crianças e adolescentes estão afastados do convívio social desde março, o que gera impacto para a saúde. Os problemas atingem crianças de classe média, mas, principalmente, crianças mais carentes. É uma questão de saúde mental, com registro de casos de depressão, irritabilidade, ansiedade, obesidade, falta de apetite”, afirma. Segundo ela, o tempo estendido em casa também deixa crianças e adolescentes mais suscetíveis ao uso de drogas e ao abuso sexual. Outro problema é a evasão escolar. “Esses problemas têm sido relatados por médicos e assistentes sociais, que estão preocupados e alarmados com o crescimento desses casos”, pontua.
 
É o que aponta a médica pediatra cardiologista responsável pela criação do grupo de médico pró-educação, Carolina Andrade Bragança Capuruço. Ela defende que para a retomada é necessária uma estruturação do ambiente escolar, treinamento do corpo docente, preservação do grupo de risco (crianças, pais e profissionais da comunidade escolar) para que permaneça no ensino remoto. Ela defende que devem ser respeitadas as crianças que não podem ou não querem ir à escola e que os governos deem segurança para as crianças que precisam frequentar a escola. "O retorno às aulas presenciais pode ser seguro se a gente respeitar os protocolos sanitários já feitos por várias autoridades públicas e mesmo comitês de enfrentamento à COVID-19".
 
O governo de Minas Gerais suspendeu as aulas presenciais na rede estadual em 18 de março deste ano devido à pandemia. Em outubro, a Justiça barrou a retomada das atividades presenciais na rede pública. Desde então, as escolas permanecem fechadas. Em agosto, o prefeito de BH, Alexandre Kalil, disse que o ensino à distância é uma “agressão à pobreza”. Na ocasião, afirmou não acreditar no retorno dos alunos às escolas de BH antes da criação de uma vacina contra a COVID-19. Na sexta-feira (18/12), no entanto, o prefeito afirmou que a retomada das aulas seria estudada pelo Executivo e aventou também que uma das possibilidades seria abrigar dois anos letivos em um.





De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, a Resolução 4.469 define procedimentos de ensino, diretrizes administrativas e pedagógicas, porém, a pasta não cita a volta das aulas presenciais. Por meio de sua assessoria de imprensa o governo de Minas estuda qual o modelo de aula para o ano que vem - presencial, remota ou um misto dos dois modelos, - pretende adotar. Para tanto, a Secretaria de Estado de Educação abriu consulta pública na sexta-feira (18) que pode ser respondida até 15 de janeiro em formulário disponível no site da pasta.

A resolução determina que as escolas deverão se organizar para o planejamento dos métodos que serão usados para o bom desempenho do ano letivo de 2021. Ainda prevê que os alunos devem passar pela avaliação diagnóstica da aprendizagem, que será aplicada entre 15 e 26 de março. O calendário garante o mínimo de 200 dias letivos e carga horária anual prevista para os diferentes níveis e modalidades de ensino.

Em nota, a Secretaria de Educação de Minas afirma que "as estratégias para o modelo a ser adotado no próximo ano letivo estão em construção. Uma consulta pública está aberta e objetiva ouvir a comunidade escolar sobre o assunto. Neste momento, o processo para a retomada das atividades escolares presenciais na rede pública estadual de ensino está suspenso, por determinação judicial".





A assessoria de imprensa da PBH afirmou que não há previsão de data para o retorno às aulas e que o prefeito determinou que o assunto seja estudado por um comitê interno. 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.



Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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