Jornal Estado de Minas

''ALÍVIO PELOS COLEGAS''

COVID-19: Médico mineiro está entre os primeiros vacinados na Inglaterra

Um médico mineiro que atua na linha de frente do atendimento a pacientes com COVID-19 em Londres é um dos primeiros profissionais de saúde vacinados contra o novo coronavírus na Inglaterra. Natural de Divinópolis, no Centro-Oeste, Edson Nogueira é endocrinologista e clínico geral no Chelsea and Westminster Hospital, um dos primeiros a vacinarem seus profissionais na Inglaterra.



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O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

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Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.



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Quais os sintomas do coronavírus?

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Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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“A sensação de alívio realmente existe. Não só por mim, mas pela fila enorme de colegas que vi receberem a vacina. Fico feliz em imaginar que essas pessoas estão protegidas, diminuindo enormemente o risco de se infectarem pelo vírus e potencialmente eliminando a transmissão para seus pacientes, suas famílias, e pessoas que fazem parte da sua convivência. Receberei a segunda dose da vacina da Pfizer no dia 13 de janeiro, 21 dias depois de ter tomado a primeira. Já tenho esse compromisso marcado no calendário”, disse o médico.





 

Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nogueira vive no Reino Unido há 12 anos.  Antes disso passou cinco anos nos Estados Unidos, onde fez doutorado e especialização médica. Também é professor no Imperial College London. Ser próximo a tantos colegas de profissão deu a Nogueira a real dimensão do quanto a pandemia afeta as equipes de saúde. 

 

“A minha ansiedade pela vacina é a mesma dos meus colegas, para que o programa de vacinação se iniciasse logo e profissionais de saúde e depois a população geral pudessem se beneficiar logo da proteção que foi demonstrada nos estudos clínicos. Essa é uma época especial, já que na Inglaterra o número de casos tem aumentado recentemente. Isso tem colocado muita pressão no Sistema de saúde, já que nessa época de inverno a maioria dos hospitais já sofre com um grande aumento nos números de internações”, detalhou. 

 

Previsões frustradas

 

Quando a pandemia começou no Reino Unido, Edson tentou pensar positivamente e acreditou que o isolamento social fosse durar apenas alguns poucos meses e que logo todos poderiam retomar as atividades normais. Mas, não ocorreu bem assim. Em março, o governo britânico começou a enfrentar a pandemia apostando na "imunização de rebanho".



Pensava-se que, se grande parte da população se infectasse, desenvolveria imunidade coletiva. Naquela época, enquanto outros países europeus (como Itália, França, Espanha e Portugal) já haviam adotado medidas rígidas de confinamento, a terra da rainha continuava aberta.

 

Um modelo matemático apresentado pelo mesmo Imperial College revelou que essa estratégia a, 250 mil pessoas poderiam morrer, o governo britânico deu uma guinada em direção ao lockdown. Para especialistas, foi tardia. O Reino Unido teve um dos maiores números de mortes por COVID-19 per capita no mundo. Um total de 67.616 mortes em uma população de 66 milhões. São 102 mortes por 100 mil habitantes.

 

Em um país com uma realidade pandêmica tão preocupante, Nogueira frequentemente pensa na família em Minas. “Hoje em dia eu compartilho dessa sensação de angústia por não poder estar junto a pessoas queridas. Normalmente vou ao Brasil visitar minha família uma vez por ano. Já não os vejo há quase dois anos e tenho essa sensação de estar perdendo um tempo precioso junto às pessoas que amo.



Mas, ao mesmo tempo, percebo que existe um bem maior em protegê-los ficando distante e mantendo o contato virtual. Espero poder visita-los em março de 2021. Mas, por enquanto, esse é só um plano e vou esperar a mudança nas regras entre a Inglaterra e o Brasil, liberando a viagem sem preocupações”, relatou. 

 

Única saída

 

Para o especialista, a solução para esta crise global está apenas na vacina. “Existem algumas pessoas desconfiadas e com medo da vacina, mas é uma minoria. Nas instituições para idosos, mostradas diariamente na TV, vejo a alegria e o alívio das pessoas recebendo a vacina. Pelas idades que já têm, elas se considerando afortunados por terem a chance de receber a vacina”, contou. 

 

Edson Nogueira ressalta que já existem pesquisas científicas em curso sobre a capacidade das vacinas já desenvolvidas protegerem também contra novas linhagens do vírus, como a descoberta no Reino Unido nos últimos dias.



 “Entre meus colegas no hospital, não ouvi ninguém dizer que estava incrédulo com o programa de vacinação. Existe uma esperança muito grande de que a vacinação será o caminho para nos livrarmos da pandemia e um passo em frente para voltar a o que consideramos uma vida normal”, finalizou. 

 

*Amanda Quintiliano e Ricardo Welbert especial para o EM 

 

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