Jornal Estado de Minas

CRIME

Bandidos fazem lanche e tomam banho durante furto a escola em BH

Com a pandemia da COVID-19, escolas tiveram que paralisar as atividades presenciais, o que resultou, em muitos casos, em contas no vermelho durante boa parte de 2020. Mas, para uma instituição de ensino do Bairro Goiânia, na Região Nordeste de Belo Horizonte, o rombo foi maior. Isso porque ladrões invadiram o imóvel e furtaram equipamentos de valor, como televisores e notebook, na noite dessa terça-feira (29/12). A ousadia foi tanta, que os criminosos tomaram banho e lancharam no local antes de sair.





A ação dos criminosos foi registrada por meio de câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver que dois homens invadem a escola entrando pelo telhado, às 23h33. Um minuto depois,um dos rapazes entra no berçário do imóvel pela janela. Ele vai direto em uma televisão de LCD, retira ela da parede e coloca em cima de um móvel. Após o feito, ele se junta ao comparsa e vasculha outros locais da instituição de ensino.

Cinco minutos depois, um dos homens pega a televisão que estava em cima do móvel e leva para outro local. Um deles aparece nu nas imagens após tomar banho na escola. Antes de sair, eles ainda fizeram um lanche.

Ladrões ainda lancharam e tomaram banho antes de deixar escola após o crime (foto: Arquivo Pessoal)
Michelle Pires, diretora e proprietária do Instituto Educacional Crescer e Aprender, afirmou ao Estado de Minas que estava viajando, quando ficou sabendo, na manhã desta quarta-feira (30/12), que sua escola foi alvo de furto. Enquanto retornava para a capital mineira, ela fez um levantamento preliminar dos objetos levados, baseado no relato de representantes da instituição de ensino. Pelo menos dois televisores, um notebook, um monitor de computador e uma caixa de som foram levados. Além disso, o local ficou revirado.





“Estragaram muita coisa. Jogaram todo o material para fora, todos os uniformes, todo o material de secretaria… não sei se caixas de lápis eles chegaram a levar, vi algumas caixas de material e outras eu não vi mais. Mas são detalhes que passam despercebidos no meio de tanta bagunça”, relata Michelle.

A princípio, a proprietária da escola estima um prejuízo em torno de R$ 15 mil. Ela conta que mais objetos só não foram roubados porque alguns deles não estavam no local no momento do furto, como impressoras profissionais que passam por manutenção. “Esse valor parece pequeno, mas é muito para a gente que está sem trabalhar desde o mês de março”, lamenta Michelle.

Ausência de patrulhamento


Michelle reclama da falta de patrulhamento por parte da Polícia Militar na rua onde está localizada a escola. Ela conta que foi orientada por um policial para que a instituição contratasse segurança particular para tomar conta do espaço. No entanto, a proprietária relata que não tem condições para tomar tal atitude, em razão da queda de receitas gerada pela pandemia.





“Se a escola tivesse condições de manter um segurança, teria com toda a certeza do mundo. A gente sabe que para eles (policiais) é apertado, está sobrecarregado, mas isso não justifica. Os ladrões permaneceram na escola por horas. Eles tomaram banho, fizeram lanche, fizeram N coisas. Não foi uma situação de segundos ou minutos”, disse.

As imagens das câmeras de segurança foram recuperadas por uma empresa contratada pela escola, mas a proprietária do imóvel buscará outros vídeos de equipamentos da vizinhança, uma vez que a fiação elétrica da escola foi arrancada pelos criminosos. A intenção é levar o material para que as autoridades encontrem os autores do furto. Enquanto isso, Michelle pede um reforço no patrulhamento na região.

“Eu sei que não vai ter uma viatura o tempo todo em cada quarteirão, na porta de cada escola, assim como não vai ter em cada residência, mas não existe patrulhamento. Porque hoje quando algumas pessoas me noticiaram, o portão estava aberto. Pessoas que passavam na avenida me falaram: “Olha, estou vendo o portão da escola aberto. Fui em casa almoçar, voltei e o portão ainda estava aberto. Está acontecendo alguma coisa?”. Ou seja, a viatura não passa. A polícia não passa.”

O Estado de Minas pediu um posicionamento à Polícia Militar sobre o caso e aguarda retorno.




audima