Quando o relógio indicar a virada das 23h59 para a 0h de 31 de dezembro para 1º de janeiro de 2021 ficará para trás 2020 e acontecimentos que a sociedade deseja que nunca mais voltem a ocorrer. Afinal, foi um ano em que o mundo parou por causa da pandemia da COVID-19. No entanto, para a população de Belo Horizonte, os primeiros dias de 2020 já indicavam que não seriam tempos fáceis, uma vez que, logo em janeiro, várias pessoas foram intoxicadas por consumo de cerveja, sem contar as chuvas que devastaram a capital mineira dias depois.
Tudo caminhava para a volta da normalidade, com a realização do carnaval nas ruas de Belo Horizonte, que atraiu 4,5 milhões de pessoas – sendo 211 mil turistas –, o que fez com que fosse o melhor da história da capital mineira, de acordo com a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur). Mas a aglomeração que dava gosto de ver nas ruas começou a ser evitada ao máximo a partir de 11 de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a contaminação pelo novo coronavírus tinha virado pandemia.
Desde então, a rotina da população em escala global mudou. Cuidados passaram a ser redobrados para evitar a contaminação pela COVID-19. Em Belo Horizonte, por exemplo, vários estabelecimentos de diversos segmentos não puderam abrir. Aqueles que tinham autorização para funcionar, como restaurantes, foram obrigados a mudar a rotina de trabalho, substituindo o tradicional self-service por delivery. As ruas ficaram vazias. O trabalho em casa passou a ser adotado em grande parte dos setores da economia. No entanto, os números da pandemia no Brasil foram aumentando cada vez mais, deixando personalidades como vítimas e milhares de famílias em luto após a perda de entes queridos.
Mas, mesmo com a pandemia, problemas ambientais continuaram atingindo o Brasil. Em Minas Gerais, por exemplo, cerca de 16 mil hectares da Serra do Cipó foram devastados pelo incêndio que afetou o parque estadual entre os meses de setembro e outubro. Outros pontos do estado também não escaparam das chamas, como a Serra da Moeda e Lapinha da Serra. Militares do Corpo de Bombeiros, brigadistas e sociedade civil trabalharam arduamente para a extinção das labaredas. Quente também ficou Belo Horizonte, que bateu dois recordes de calor neste ano. O último foi quando os termômetros aferiram 38,4ºC, temperatura mais alta da história da capital mineira desde 1910, quando começaram as medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O ano também foi de eleições municipais. Em BH, número recorde: 15 chapas concorreram à prefeitura da capital mineira. No entanto, 63,36% do eleitorado belo-horizontino definiu que Alexandre Kalil (PSD) continuará chefiando o Executivo municipal por mais quatro anos. Na vizinha Contagem, o pleito foi para o segundo turno em uma disputa acirrada entre Marília Campos (PT) e Felipe Saliba (DEM). Marília levou a melhor com 51,35% dos votos.
Janeiro
Cerveja contaminada
Logo nos primeiros dias de 2020, uma informação preocupou a todos os moradores de Belo Horizonte, especialmente, do Bairro Buritis, Região Oeste da capital mineira: uma doença misteriosa tinha sido a causa da morte de um homem e teria provocado a internação de outros. Todos com grave quadro de insuficiência renal associada a sintomas neurológicos. Uma força-tarefa foi montada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES/MG) para investigar as causas.
Com o avanço das investigações, descobriu-se que as vítimas internadas consumiram cervejas da marca Belorizontina, fabricada pela Backer. O composto orgânico dietilenoglicol – usado em processos de refrigeração industrial – foi encontrado em dois lotes do rótulo. A partir de então, uma série de buscas começou a ser feitas na sede da cervejaria, no Bairro Olhos D’Água, na Região do Barreiro.
Durante as investigações, o Ministério da Agricultura interditou a fábrica da Backer. Ao todo, 10 pessoas morreram por causa da intoxicação por mono e dietilenoglicol encontrados na cerveja Belorizontina. Outras 29 pessoas também foram contaminadas.
Até o momento, 11 pessoas já foram indiciadas por lesão corporal, contaminação de produto alimentício e homicídio. No início de setembro, o Ministério Público (MP) denunciou 10 pessoas à Justiça, entre sócios-proprietários da Backer e responsáveis técnicos. Um dos técnicos responsáveis pelas cervejas da Backer, que estava envolvido no caso, morreu no início de novembro.
Temporais em Minas
Na reta final de janeiro, fortes chuvas atingiram Minas Gerais, sobretudo a Região Metropolitana de Belo Horizonte, que registrou vários pontos de destruição, como deslizamentos de terra, desabamentos e alagamentos. O saldo dos temporais foi trágico: mais de 50 mortos no estado, milhares de desabrigados e desalojados e centenas de cidades em situação de emergência.
Em Belo Horizonte, por exemplo, janeiro foi o mês mais chuvoso da história da cidade em 110 anos de aferição feita pelo Inmet. Foram 932,3 milímetros de chuva, batendo os 850,3 milímetros acumulados, registrados em janeiro de 1985. O resultado do recorde foi visto em várias ruas da capital mineira destruídas pela força das águas.
A Avenida Tereza Cristina, na Região Oeste de Belo Horizonte, foi completamente interditada em um ponto próximo da Avenida Amazonas, por causa de uma cratera que se abriu no asfalto.A Avenida Prudente de Morais e a Rua Marília de Dirceu, na Região Centro-Sul, também não escaparam dos alagamentos.
Fevereiro
Carnaval de recordes
Após um janeiro trágico, Belo Horizonte voltava para a normalidade em fevereiro com a realização do carnaval. De acordo com a Belotur, 4,45 milhões de pessoas – sendo 211 mil turistas – acompanharam os 390 desfiles em 23 dias de eventos. O balanço, de acordo com o presidente da empresa, Gilberto Castro, mostrou que foi o melhor carnaval da história da capital mineira. "Os números apresentaram isso. Tivemos menos lixo. Foliões mais conscientes. Menos casos de saúde, mobilidade funcionando melhor. Os banheiros químicos funcionando melhor. Talvez o mais seguro do país", disse Castro.
Chegada do coronavírus no Brasil
Na quarta-feira de Cinzas (26/02), o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil registrou o primeiro caso de coronavírus. Um homem de 61 anos, que viajara para a Itália, havia contraído a doença. Ele deu entrada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, apresentando febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. Três dias depois, o Brasil registrou o segundo caso importado de COVID-19. Assim como o primeiro paciente, o homem, de 32, havia chegado da Itália e deu entrada no Hospital Albert Einstein.
Março
coronavírus chega a Minas
Em 8 de março, o Ministério da Saúde anunciou o primeiro caso de coronavírus em Minas Gerais. Tratava-se de uma mulher, de 47 anos, que havia desembarcado em Belo Horizonte após viajar para a Itália. Ela apresentou sintomas leves da COVID-19, como coriza e mal-estar, e ficou isolada em casa, em Divinópolis, no Centro-Oeste do estado.
Três dias depois, a OMS classificou a contaminação por coronavírus como “pandemia”, fazendo com que o mundo ficasse em alerta quanto à doença. Em Belo Horizonte, o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado no dia 16. No dia seguinte, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou uma série de medidas para conter o avanço do vírus na capital, como a interrupção de serviços públicos, aulas, fechamento de museus e parques, entre outros. Kalil também editou um decreto promovendo mudanças no funcionamento do comércio.
O governo de Minas também tomou medidas. No dia 20, o governador Romeu Zema (Novo) enviou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) um decreto de calamidade pública. Zema também autorizou apenas o funcionamento de serviços essenciais e fechou as divisas do estado, bloqueando ônibus que operavam linhas interestaduais. Escolas também foram fechadas.
Em 30 de março, o governo do estado confirmou a primeira morte por COVID-19 em Minas. A vítima foi uma idosa de 82 anos, que morava em Belo Horizonte e estava internada em um hospital de Nova Lima, na Região Metropolitana. Ela deu entrada na unidade de saúde com febre, tosse e com dificuldades para respirar.
Abril
‘Vídeo fake’ na Ceasa-MG viraliza nas redes sociais
No dia 1º de abril, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma publicação nas redes sociais que chamou a atenção da população: um vídeo sobre suposto desabastecimento na Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa-MG), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na ocasião, um homem mostrou uma parte do espaço com poucos produtos, com a intenção de alarmar os brasileiros quanto às consequências do isolamento social.
No entanto, não estava acontecendo desabastecimento na Ceasa. O vídeo foi apagado das redes sociais de Bolsonaro, que pediu “desculpas” pela publicação. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o conteúdo das imagens e concluiu que o homem – um autônomo, de 48 anos – tinha a intenção de enganar. Ele foi indiciado na Lei de Contravenções Penais.
máscaras em cena
Em 22 de abril passou a ser obrigatório o uso da máscara para quem trafegasse pelas ruas ou entrasse em estabelecimentos de Belo Horizonte. O mesmo passou a valer para quem utilizar o transporte coletivo. O comércio que autorizar a entrada de clientes sem o acessório poderá ter o alvará recolhido pela fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte.
Em julho, a PBH publicou um decreto que estipulou em R$ 100 a multa para quem não usar máscara nas ruas de Belo Horizonte. A penalidade é aplicada pela Guarda Municipal ou pela fiscalização do Executivo municipal. A regra prevê uma orientação na primeira abordagem. Em caso de desobediência, a punição é imposta.
Maio
Mais um vídeo com notícia falsa viraliza
A Polícia Civil abriu mais um inquérito, no começo de maio, para investigar um vídeo que viralizou nas redes sociais. No conteúdo, uma mulher dizia que caixões com vítimas da COVID-19 em Belo Horizonte estariam sendo abertos, mas que em vez de corpos havia pedras dentro das urnas. No entanto, não houve exumação na capital mineira. A mulher pediu desculpas pelo vídeo, mas acabou sendo indiciada por denunciação caluniosa e pela contravenção penal de provocar pânico e tumulto.
Brasil registra 10 mil mortes por COVID-19
Em menos de dois meses de pandemia, o Brasil ultrapassou a marca de 10 mil mortos por COVID-19. No dia 9 de maio, o Ministério da Saúde confirmou 10.627 vidas perdidas, com mais de 600 óbitos diários nos boletins da época.
Prefeitura confirma reabertura do comércio na capital mineira
Em 25 de maio, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou a reabertura gradual do comércio não essencial na capital mineira. Foi a primeira retomada da economia desde o início da pandemia. O Executivo, na época, distinguiu os níveis de abertura em seis etapas. Com isso, salões de beleza, shoppings populares e estabelecimentos varejistas puderam abrir, em horários predefinidos.
Dias antes, a PBH havia instalado barreiras sanitárias nas entradas de Belo Horizonte como forma de conter o avanço da COVID-19 na capital mineira. Carros e ônibus eram parados e as condições de saúde dos passageiros avaliadas. Em caso de sintomas de coronavírus, a pessoa era encaminhada para um centro médico.
Junho
Incêndio no museu da UFMG
Em 15 de junho, um incêndio atingiu parte do Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Bairro Horto, na Região Leste de Belo Horizonte. A diretora pro tempore do espaço, Mariana de Oliveira Lacerda, explicou, na época, que o fogo se concentrou em uma parte do prédio da administração, onde ficam três salas da reserva técnica, que abriga as coleções do museu que não estão em exposição. “São as coleções da paleontologia, da arqueologia, da biologia, alguns acervos de zoologia e da entomologia (estudo dos insetos)”, informou.
PBH volta a fechar atividades não essenciais
Um mês após anunciar a flexibilização do funcionamento do comércio não essencial em Belo Horizonte, a PBH recuou e anunciou que apenas farmácias, padarias, postos de gasolina, entre outros considerados essenciais, ficariam abertos. A medida começou a valer em 29 de junho. Na época, a ocupação de leitos de terapia intensiva estava próxima de 90%.
Julho
Caso Sansão
Em 6 de julho, um cão da raça pitbull foi agredido e teve as patas traseiras decepadas em uma propriedade localizada em Confins, na Grande BH. Sansão, como passou a ser chamado, mostrou toda a sua força e se recuperou das agressões, recebendo cuidados em um hospital veterinário. O homem acusado pelos maus-tratos foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Outros animais teriam sido vítimas do rapaz. O caso ganhou repercussão nacional. O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei Sansão, em setembro, que aumenta a pena de dois para cinco anos de reclusão para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar cão ou gato.
Prisão de Ricardo Nunes
Na manhã de 8 de julho, o fundador da empresa Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, foi preso numa operação de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Minas Gerais. Nunes foi detido no estado de São Paulo e transferido para a capital mineira no mesmo dia. No entanto, à noite, a Justiça revogou as prisões de Ricardo, de Laura Nunes – filha do empresário – e de Pedro Daniel Magalhães, diretor-superintendente da empresa.
Em dezembro, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Ricardo Nunes e Pedro Daniel Magalhães por suspeita de sonegação fiscal, de cerca de R$ 120 milhões, entre 2016 e 2019. A dupla já havia sido denunciada pelo órgão em novembro, pelo mesmo crime, entre 2012 e 2017. Os valores, neste caso, giram em torno de R$ 14 milhões.
Começo dos testes da primeira vacina em BH
Em 31 de julho, os testes da vacina CoronaVac, fabricada pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, tiveram início em Belo Horizonte. O primeiro voluntário a se apresentar para os estudos foi o médico André Ribeiro, de 30 anos.
Na capital mineira, os testes da vacina contra a COVID-19 são conduzidos pela equipe do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. O estudo contou com 9 mil participantes cadastrados em 12 centros de pesquisa pelo país, incluindo a UFMG - todos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia de COVID-19.
Agosto
100 mil mortes por COVID-19 no Brasil
Em 8 de agosto, o Brasil chegou à triste marca de 100 mil mortes por coronavírus. Foi o segundo país a atingir tal índice, perdendo apenas para os Estados Unidos. Foram apenas 51 dias de diferença entre o patamar de 10 mil óbitos para as 100 mil vidas perdidas, o que mostrou que a doença estava acelerada no território nacional.
Retomada das buscas em Brumadinho
Após mais de cinco meses com os trabalhos paralisados em função da COVID-19, o Corpo de Bombeiros retomou, em 27 de agosto, as buscas às 11 vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Grande BH. Os militares passaram a desenvolver suas funções com protocolos de segurança para evitar contaminação por coronavírus, desde a verificação de temperatura até o transporte dos envolvidos.
PBH volta a flexibilizar comércio e autoriza novos setores
Em 20 de agosto, o prefeito Alexandre Kalil autorizou a reabertura de lojas de rua e de shoppings de segunda à sexta-feira – na flexibilização anterior, o sinal verde valia por três vezes na semana. Uma semana depois, mais setores foram incorporados na retomada econômica na capital mineira, como academias, clínicas de estética e bares e restaurantes. Todos os estabelecimentos tiveram horários definidos para funcionar. No caso de bares e restaurantes, por exemplo, a venda de bebidas alcoólicas só podia ser feita em determinadas faixas de horário. Parques também foram reabertos. O público precisava apenas retirar ingressos pela internet, como forma de controle por parte da PBH.
Setembro
Incêndios em Minas
O ano de 2020 foi mais um em que Minas Gerais sofreu com os incêndios, em diversas partes do estado. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo, em setembro, a Serra da Moeda sofreu com as chamas, que chegaram a assustar moradores. Vídeos enviados ao Estado de Minas, na época, mostravam as labaredas próximas às residências. Os focos foram controlados depois de cinco dias de combate.
Outro local bastante castigado pelas chamas foi a Serra do Cipó. Foram 10 dias de combate direto às labaredas. Mais de 16 mil hectares do Parque Nacional foram consumidos pelo fogo. A título de comparação, a área é quase equivalente às das regionais Barreiro, Pampulha, Centro-Sul e Leste de BH somadas.
O Estado de Minas também acompanhou de perto o trabalho de bombeiros e brigadistas contra o fogo em Lapinha da Serra. Cerca de 2,8 mil hectares foram queimados. As chamas trouxeram grande preocupação à comunidade, mesmo estando mais distantes das casas e pousadas.
Morte de Tio Wilson
Na noite de 12 de setembro, o baterista da banda mineira Lagum, Breno Braga, morreu aos 34 anos. Conhecido como Tio Wilson, Breno teve uma indisposição depois de um show e morreu após uma parada cardiorrespiratória, de acordo com o grupo musical. Em 11 de dezembro, a Polícia Civil concluiu o laudo que investigava a causa da morte de Tio Wilson. De acordo com a instituição, Breno morreu de "causa natural por miocardiopatia dilatada". Breno era casado. Dias depois da morte do músico, a viúva Ellen Cassim, de 38 anos, revelou que esperava um filho do baterista.
Autorização para reabertura de clubes e funcionamento da Feira Hippie
No fim de setembro, clubes de lazer e a tradicional Feira Hippie tiveram autorização da Prefeitura de BH para funcionar. As atividades tiveram regras definidas para evitar a contaminação por COVID-19 entre a população. A Feira Hippie foi estendida da Avenida Carandaí até a Praça Sete. A medida foi tomada para garantir um distanciamento maior entre as barracas. As tendas de alimentação foram alocadas, também, em um novo ponto: na Rua Espírito Santo, esquina com Avenida Afonso Pena. Os clubes também tiveram que passar por adaptações para poder voltar a funcionar. Saunas não puderam funcionar e um distanciamento teria que ser garantido entre as pessoas por raias nas piscinas.
Outubro
Recordes de calor
Outubro foi um mês quente em Minas Gerais. Em Belo Horizonte, por exemplo, foram dois recordes de calor na história da capital mineira. No dia 3, os termômetros atingiram os 37,8°C. Quatro dias depois, a temperatura subiu ainda mais: 38,4°C. Teve cidade que superou os 40°C. Foi o caso de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, onde foram registrados 41,7ºC.
Novembro
Eleições 2020
Mesmo com pandemia, brasileiros foram às urnas escolher prefeitos e vereadores. Em Belo Horizonte, Alexandre Kalil foi reeleito com 63,36% dos votos e permanecerá chefiando a prefeitura da capital mineira por mais quatro anos. Kalil ficou 53,41% à frente de Bruno Engler (PRTB), segundo na corrida eleitoral, que recebeu 9,95% dos votos. Ao todo, o candidato do PSD teve 784.307 votos.
Se em Belo Horizonte a disputa foi tranquila, em Contagem, na Região Metropolitana, foi completamente diferente. Além de a disputa entre Marília Campos (PT) e Felipe Saliba (DEM) ter ido para o segundo turno, o pleito foi acirrado durante toda a apuração, mas a candidata petista levou a melhor após ter a preferência de 51,35% dos contagenses.
Prédio ameaça cair em Betim
Em 17 de novembro, um prédio em Betim, na Grande BH, causou susto e transtornos para alguns moradores do Bairro Ponte Alta. Isso porque o edifício de cinco andares tombou e correu risco de desmoronar. A construção estava na reta final. O imóvel começou a ser demolido mais de uma semana depois do tombamento, no dia 26 de novembro. Ao todo, 15 famílias de casas vizinhas tiveram que ser retiradas de suas residências.
10 mil mortes por COVID-19 em Minas
Novembro também foi o mês em que Minas Gerais chegou a 10 mil mortes causadas pelo coronavírus. Na época, de acordo com dados do Grupo de Estudos em Economia da Saúde (GEESC) e Criminalidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que analisa as estatísticas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas, os casos diários estavam em alta em 11 regiões do estado: Centro, Oeste, Centro-Sul, Sudeste, Sul, Leste, Leste do Sul, Vale do Aço, Jequitinhonha, Noroeste e Triângulo do Norte.
Dezembro
Minas completa 300 anos
Dezembro começou em clima de aniversário, mesmo com todos os desafios enfrentados em 2020. Isso porque Minas Gerais, no último dia 2, completou 300 anos. E não foi só o estado que “assoprou velinhas”. A capital Belo Horizonte, no dia 12, passou a ter 123 anos de existência.
Tragédia na BR-381
Um acidente na BR-381, uma das mais violentas do país, chocou Minas Gerais e o Brasil. No último dia 4, um ônibus que saiu do povoado de Mata Grande/AL, com destino a São Paulo, caiu de uma ponte na altura de João Monlevade, na Região Central do estado. Ao todo, 19 pessoas morreram e outras 27 ficaram feridas. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o coletivo, que pertencia à Localima Turismo, não tinha autorização para transportar passageiros. O ônibus, inclusive, já havia sido autuado por levar pessoas de forma irregular. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pela Polícia Civil.
Contágio da COVID-19 volta a subir e cerveja é proibida em bares de BH
Os números do coronavírus em Belo Horizonte voltaram a apresentar elevação na reta final de 2020. Com isso, a prefeitura tomou algumas medidas para tentar conter o avanço da doença, entre elas, a restrição do consumo de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes e afins. A medida desagradou comerciantes, que ingressaram com mandados de segurança na Justiça, porém, as liminares foram derrubadas pela PBH. Licenciamento de eventos gastronômicos, shows e espetáculos foram suspensos, bem como as festas de final de ano na capital mineira. No dia 18, o prefeito Alexandre Kalil fez um pedido para a população, sobretudo para a “classe A”, para que evitasse aglomerações, uma vez que leitos de terapia intensiva estavam chegando no limite. “Quero dizer ao pessoal da caminhonete cabine dupla que cartão de saúde não é vacina. Aconselho que todos que acham que o cartão de plano de saúde é vacina, que consultem os hospitais particulares que eles frequentam para ver a situação desses hospitais particulares, que estão estrangulados, fechando portas para paciente”, afirmou.
Mais de 190 mil despedidas
Mais de 190 mil vidas foram perdidas para o coronavírus no Brasil em 2020. Cada vítima com sua história. Protagonistas no filme de suas respectivas famílias. Na lista de mortos da pandemia também estão personalidades que estiveram nas casas dos brasileiros nos últimos anos por meio da televisão.
É o caso, por exemplo, de Nicette Bruno. A atriz, que ficou quase um mês internada em um hospital do Rio de Janeiro, morreu aos 87 anos, no último dia 20, sendo mais uma vítima das complicações da doença. Seis dias antes, Paulinho, vocalista do Roupa Nova, também morreu de COVID-19. O músico tinha 68 anos.
O Brasil também se despediu do ator Eduardo Galvão, no dia 7. Aos 58, Galvão contraiu coronavírus e precisou ser intubado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No entanto, acabou perdendo a vida.
Em Belo Horizonte, Parrerito, aos 67, foi outra vítima da COVID-19. O cantor, que era integrante do Trio Parada Dura, ficou internado entre os meses de agosto e setembro, mas não conseguiu se recuperar dos efeitos da doença. As complicações do coronavírus também foram demais para o apresentador Rodrigo Rodrigues, que morreu em julho, aos 45. Aldir Blanc também deixou o mundo da cultura órfão, ao perder a vida para o coronavírus, aos 73, em maio.
Enquanto estrelas anônimas e conhecidas deixavam mais de 190 mil famílias desoladas, faltou coordenação para combater a COVID-19 no Brasil. Estados e municípios passaram a ficar responsáveis pelas principais ações, mas, em Minas Gerais, por exemplo, o governador Romeu Zema discordava do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Enquanto Zema pregava uma flexibilização do comércio, Kalil optou pelo rigor no isolamento, fato que provocou a troca de diversas farpas entre os dois.
Enquanto isso, no governo federal, três ministros passaram pelo Ministério da Saúde durante a pandemia. Luiz Henrique Mandetta foi demitido da pasta em abril, após discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro. O substituto Nelson Teich ficou menos de um mês no cargo e deixou o governo. Eduardo Pazuello, que é general do Exército, passou a ser o interino na função, até ser efetivado por Bolsonaro.
Enquanto isso, a população espera aflita por uma vacina. Vários estados e municípios chegaram a fechar acordos por conta própria, como Belo Horizonte, que anunciou a intenção de compra de doses da CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. O imunizante vem sendo o pivô de uma discussão política entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria.
O governo federal, por sua vez, ainda não efetivou nenhuma compra de doses, mas encaminhou acordos que garantem, na visão do Ministério da Saúde, acesso aos imunizantes fabricados pelo laboratório AstraZeneca, além do Consórcio Covax Facility e da farmacêutica Pfizer. Apesar disso, nenhuma obteve o registro das vacinas junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Aos brasileiros, resta a expectativa por um 2021 melhor. E com vacina.