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A Polícia Militar de Minas Gerais foi acionada, mas repassou o caso ao governo.
A Prefeitura de Belo Horizonte afirmou que a responsabilidade da ação é do governo do estado, dono do terreno, e que apenas prestou "apoio logístico". A reportagem entrou em contato com o Executivo estadual e aguarda resposta.
Histórico
Na casa de alvenaria que já estava habitada, vivem cerca de quatro famílias. Um dos moradores é o atendente Alexandro Ferreira, 32. Ele diz que o terreno, que já sediou uma unidade do Corpo de Bombeiros Militar, estava abandonado, servindo para armazenar lixo.
Comissão de Direitos Humanos da ALMG quer diálogo
A deputada estadual Andreia de Jesus (Psol), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, esteve no local. A parlamentar protestou contra a ausência de representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). Conforme Andreia, foram ao espaço apenas funcionários ligados à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).
Ao Estado de Minas, a deputada criticou a ociosidade do terreno. "Essa ocupação é uma denúncia. Mais do que exigir o direito à moradia, estão denunciando esse vazio", afirmou.
A parlamentar disse que o Executivo estadual tem se desfeito de áreas que poderiam ter uso social, sobretudo para abrigar cidadãos sem-teto. "Esse é mais um terreno que está sendo especulado para vender", lamentou.
Governo diz que ocupação prejudicaria obra da PBH
Em nota enviada ao EM, no fim da tarde deste domingo, a Seplag informou que a ocupação foi impedida em virtude de projeto para uma obra de contenção de enchentes. A intervenção, sob o guarda-chuva da prefeitura, afetaria o local.
"Diante desse fato, qualquer empreendimento na área correria o risco de ser impactado posteriormente pela obra. A Seplag irá entrar em contato formal com a PBH para obter informações atualizadas sobre o andamento do projeto", diz trecho do posicionamento.
Ainda segundo a Seplag, a retirada dos ocupantes ocorreu de modo pacífico. Aos repórteres que estiveram no local, moradores confirmaram que a ação ocorreu sem violência física.
Leia o posicionamento da Seplag:
A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão informa que foram solicitadas providências para evitar a ocupação do terreno citado porque há um projeto para a realização de obra destinada à prevenção de enchentes, da Prefeitura de Belo Horizonte, que afetaria o local.Diante desse fato, qualquer empreendimento na área correria o risco de ser impactado posteriormente pela obra. A Seplag irá entrar em contato formal com a PBH para obter informações atualizadas sobre o andamento do projeto.
A Secretaria esclarece ainda que as pessoas presentes no local foram informadas dos motivos para a necessidade de liberação do terreno e que o processo ocorreu de forma pacífica.