O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), justificou nesta quarta-feira (6/1) a opção por fechar o comércio da capital a partir da semana que vem. Um novo decreto será publicado pela prefeitura determinando o funcionamento de apenas atividades essenciais na tentativa de controlar a transmissão do coronavírus.
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"Estou tentando fazer aqui o que nos podemos. Eu avisei hoje por questão de respeito aos comerciantes, porque você não pode chegar numa sexta-feira e falar que ele fecharia (o comércio) na segunda-feira. Você não é Deus. Belo Horizonte é um exportador de turistas. Então, evitei dar o feriado, não emendei o feriado, porque eu achava que iria exportar muito turistas, mais que exportamos, e isso traria a doença para dentro de Belo Horizonte com mais intensidade do que trouxe. Abrimos em dois dias 48 unidades de terapia intensiva com mudanças de médicos, enfermeiros, fisiologistas, fisioterapeutas, mas não adiantou. Então vamos fechar a cidade de novo, porque continuamos na mesma toada”, explicou o prefeito, em entrevista ao Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.
Na semana passada, Kalil havia alertado a população que fecharia toda a cidade, caso os índices se mantivessem altos. “Eu avisei que tivessem juízo no caso do Natal e no Réveillon. Passei o Natal com minha mulher, meus filhos com a mulher deles, meus outros filhos com a mulher deles. Não vi um filho no Natal, não vi uma neta. No réveillon foi a mesma coisa, porque eu quero passar mais revellóns e natais com minha família”, avisou o prefeito.
Ele garantiu se sentir decepcionado por ter de tomar a atitude e avisou que não vai abrir sepulturas na capital no caso de eventual expansão de mortes na capital: “Estou arrasado. Sou humano e sou igual a todo mundo. O Kalil não manda merda nenhuma. Vamos ter filas. E aí falam: 'Começa a abrir covas'. Aí e eu não vou”.
O prefeito disse também que não vai tirar férias para não correr risco de ser infectado pela doença: “Não quero que enfia um tubo na minha goela, não tenho idade para brincar com isso. Precisamos de a população entender que não estamos brincando”.