Jornal Estado de Minas

BH FECHADA

COVID-19: Após lockdown, CDL/BH pede para comércio ficar aberto

Logo após o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciar nesta quarta-feira (6/1) que o comércio não-essencial da cidade vai voltar a fechar a partir de segunda (11/1), a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) enviou ofício à prefeitura reivindicando que o comércio permaneça aberto.





No documento, a CDL argumenta que não há dado que correlacione o aumento do número de casos graves de infecção pelo novo coronavírus na capital à reabertura do comércio, ocorrida no segundo semestre do ano passado.

 “O que observamos é que há uma conjuntura de fatores que direcionam à elevação do número de casos, graves ou não, mas que não apresentam conexão direta com o funcionamento do comércio na capital”, explicou em nota.
 

Kalil justifica lockdown:
'Avisei hoje por respeito aos comerciantes' 
 
A CDL/BH também reivindica a reativação dos leitos que foram desativados pela prefeitura. Segundo a entidade, houve uma redução de mais de 40% dos leitos que estavam disponíveis no início da pandemia.





“Caso os 424 leitos estivessem funcionando, hoje teríamos uma taxa de ocupação de 51%, índice bem abaixo do atual”, afirmou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Ao anunciar o fechamento do comércio, Kalil disse que Belo Horizonte chegou ao "limite" da COVID-19 e que tentou manter a cidade aberta com os serviços não essenciais. No entanto, os números acabaram subindo, chegando a índices alarmantes.

"Vim aqui hoje para falar para a população de Belo Horizonte que nós chegamos no limite da COVID-19. Nós avisamos, nós tentamos avisar. Tentamos manter mais quase 10 dias a cidade aberta, quando os números eram perigosos, mas tínhamos, pelo menos, uma expectativa de responsabilidade", afirmou.

Ocupação de leitos bate recorde


A taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes com COVID-19 bateu novo recorde em Belo Horizonte nessa terça-feira (5/1): 83,5%. Este é o segundo dia consecutivo que o indicador bateu recorde, tendo registrado 80,5% no boletim epidemiológico e assistencial anterior, divulgado na segunda (4/1).





 

 

Veja, na íntegra, a declaração de Kalil


"Eu vim aqui hoje para falar para a população de Belo Horizonte que nós chegamos ao limite da COVID-19. Nós avisamos, nós tentamos avisar. 

Tentamos manter mais quase 10 dias a cidade aberta, quando os números eram perigosos, mas nós tínhamos, pelo menos, uma expectativa de responsabilidade - e não querendo tirar a responsabilidade da prefeitura, que só de ontem para hoje abriu mais 46 leitos de UTI. 

Então, nós chegamos nos três velocímetros no vermelho. Então, se alguém está se perguntando porque estou avisando hoje, é porque na sexta-feira nós estamos soltando um decreto voltando a cidade à estaca zero. 



São números impressionantes. Houve uma importação da doença surpreendente, porque temos casos, hoje, em hospitais particulares de BH de uma família inteira e famílias inteiras, que passaram o Natal juntos, infectados e internados. 

Nada mais triste para mim do que ter que vir aqui falar hoje. Eu já disse e repito, com muita tristeza, que nós estamos chegando na praia. A vacina está chegando. Estamos preparados para vacinar, temos estrutura para vacinar, temos agulha para vacinar, está chegando, estamos na bica de acabar com isso, mas parece que ninguém está entendendo a gravidade dessa doença. 

Vim comunicar hoje - por isso pus a data aqui, para que todo mundo saiba o dia que estou comunicando - que sexta-feira, e isso não é porque nós queremos alarmar a cidade, não. É porque é um direito do comerciante, dos proprietários que possuem loja em shopping, de tudo o que estava aberto, que sexta-feira o decreto vai ser publicado e segunda-feira a cidade está fechada. 

Eu, mais uma vez, peço desculpas, mas não tive outra alternativa. Não vamos fazer de BH um pandemônio, porque nós estamos a dias da vacina e do fim dessa tragédia. Repito: me desculpem, mas governar não é agradar. Governar é governar. 

Fui orientado, tivemos uma longa reunião hoje e determinamos que a partir de segunda-feira, com exceção das praças públicas e do zoológico agendado, estará com serviços essenciais abertos e com todo o resto fechado." 

 
 




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