A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou um boletim epidemiológico que confirma 45 crianças com uma síndrome inflamatória pediátrica que pode ter sido provocada pela COVID-19. Além disso, outros 133 casos estão sendo investigados. O estado afirma que ainda não houve o registro de nenhuma morte em função dessa síndrome.
Segundo o boletim, divulgado semanalmente desde setembro, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica Temporariamente Associada à COVID-19 (SIM-P), é maior em crianças de 0 a 4 anos, com 57,8% dos casos. Em seguida aparecem entre 5 a 9 anos, com 37,8%.Além disso, a maioria dos casos foram identificados em meninos, com 67%, enquanto as meninas têm 33%.
Desde julho, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em consonância com o Ministério da Saúde, determinou a notificação obrigatória de casos suspeitos da síndrome e vem acompanhando a situação no estado, aguardando análise de exames para descartar ou confirmar a doença. Em comparação com os números do primeiro boletim da doença divulgado pelo órgão, eram 11 casos confirmados e 26 notificados.
Entenda
A SIM-P pode ocorrer dias ou semanas depois de uma infecção aguda pelo coronavírus em pacientes de 0 a 19 anos. A doença é caracterizada por febre alta, lesões na pele, nas extremidades e na boca. A síndrome foi diagnosticada tanto em crianças que testaram positivo para o coronavírus, como por aquelas que não tiveram a doença.
De acordo com a SES-MG, as crianças diagnosticadas com SIM-P podem evoluir de forma grave com insuficiência respiratória, doença renal aguda, insuficiência cardíaca aguda e também apresentar sintomas semelhantes à doença de Kawasaki, como febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, edema de pés e mãos.
Sintomas respiratórios não são encontrados em todos os casos. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) chamam atenção para a importância da detecção precoce da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica e o correto atendimento do paciente.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira