Vacinação: PBH seguirá plano nacional, mas mantém plano B com CoronaVac
Infectologistas comemoram eficácia da vacina. Prefeitura mantém acordo com Instituto Butantan em segundo plano caso Ministério da Saúde não forneça o imunizante
Enquanto isso, a decisão é seguir o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil, que é referência de política pública de saúde, responsável por erradicar, por meio da vacinação, doenças de alcance mundial como a varíola e a poliomielite (paralisia infantil).
“É um passo muito importante porque os resultados são bons. A vacina é segura e vai ser produzida em larga escala no país. Se não tivéssemos essa possibilidade (de produção da vacina no Brasil), o atraso seria muito grande”, comemora Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia.
Plano nacional
Para que ocorra a imunização, também é necessária a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que segue em negociação.
Apesar disso, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) editou Medida Provisória (MP) que permite ao poder público a compra de insumos e vacinas com dispensa de processo de licitação e mesmo antes da liberação da Anvisa.
Esse cenário torna o plano nacional cada vez mais próximo de ser colocado em prática em todo país. Por isso, mesmo sem calendário de vacinação estipulado, os infectologistas mineiros estão confiantes, mas afirmam que a cidade não vai hesitar se precisar colocar o “plano B” em prática.
Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia em BH (foto: Tulio Santos/EM/D.A. Press)
“Procuramos São Paulo no momento em que não tínhamos posicionamento do Ministério da Saúde. Como agora tem a mobilização e querem também começar a vacinação em janeiro, basta a ser o Ministério o nosso ‘plano A’. O Butantan continua em ligação direta com a prefeitura caso haja dificuldade a partir do Ministério da Saúde”, explicou Estevão Urbano.
Segundo o especialista consultor da PBH, uma ideia clara sobre a vacinação deve ocorrer dentro dos próximos 15 dias. Caso a indicação de imunização não parta do governo federal, será simples implantar um sistema de vacinação na cidade.
“A prefeitura já tem toda uma estrutura montada de vacinação que é responsável pela vacinação de várias doenças. Isso já é sólido. É só aproveitar a logística que já existe. Agora, os detalhes da vacinação ficam em ‘standby’ aguardando definição do Ministério. Se por acaso tiver algum problema por parte do governo federal, a gente se reúne e monta esse plano que é rápido”, acrescenta Urbano.
Vacina alivia hospitais
Outro infectologista que pertence ao comitê da PBH, Unaí Tupinambás, também reforça que a PBH só compraria a Coronavac se ela não fosse incorporada ao Ministério da Saúde.
Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia em BH (foto: Tulio Santos/EM/D.A. Press)
“Felizmente o ‘Plano A’ vai se colocar em ação. O calendário de vacinação com priorização vai vir do plano nacional. Os primeiros a serem imunizados devem ser os trabalhadores de saúde do ‘front’ e pessoas vulneráveis”, disse o professor da Faculdade de Medicina da UFMG.
Unaí também comemora o resultado da CoronaVac. “Se a vacina não protege 100% da infecção, pode proteger da infecção grave. A vacina influenza é parecida com essa. Isso é um ótimo alento para nós todos. Se vacinar os trabalhadores da saúde e vulnerabilizados, vamos diminuir o impacto no sistema de saúde, isso é um grande feito e reduz a mortalidade. Agora a gente espera que a campanha comece o quanto antes”, relembra o infectologista.
Kalil e Doria oficializaram repasse de vacinas a profissionais de saúde da capital mineira (foto: 15/12/2020 - Governo de São Paulo/Reprodução)
A estimativa é de que a imunização na capital siga o cronograma nacional. No entanto, já se antecipando a um eventual atraso no plano nacional, a prefeitura mantém a alternativa de receber as doses que serão aplicadas em profissionais das rede pública e privada de BH.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, serão necessárias em torno de 200 mil doses para atender a todos estes profissionais.
Na época, a prefeitura informou que, no dia seguinte ao início da vacinação em São Paulo, começaria o processo em Belo Horizonte com o imunizante do Instituto Butantan. O governo de São Paulo reforçou nesta segunda-feira (7/1) que o plano de vacinação com a CoronaVac começa no dia 25 de janeiro. Dessa forma, a vacina poderia iniciar na capital mineira no próximo dia 26.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.