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Estado de Minas IMUNIZAÇÃO

Vacinação: PBH seguirá plano nacional, mas mantém plano B com CoronaVac

Infectologistas comemoram eficácia da vacina. Prefeitura mantém acordo com Instituto Butantan em segundo plano caso Ministério da Saúde não forneça o imunizante


07/01/2021 17:05 - atualizado 07/01/2021 17:40

Belo Horizonte aguarda vacinação prometida por Kalil(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
Belo Horizonte aguarda vacinação prometida por Kalil (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

A notícia de que a CoronaVac apresenta 100% de eficácia em casos graves da COVID-19 é um alívio para médicos infectologistas membros do Comitê de Enfrentamento da Pandemia da Prefeitura de Belo Horizonte.

Isso porque o prefeito Alexandre Kalil (PSD) tem um acordo com o Instituto Butantan que garante o imunizante. Esse pacto é o chamado “plano B” que será colocado em prática caso o Ministério da Saúde decida não ofertar a proteção.

Enquanto isso, a decisão é seguir o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil, que é referência de política pública de saúde, responsável por erradicar, por meio da vacinação, doenças de alcance mundial como a varíola e a poliomielite (paralisia infantil).

“É um passo muito importante porque os resultados são bons. A vacina é segura e vai ser produzida em larga escala no país. Se não tivéssemos essa possibilidade (de produção da vacina no Brasil), o atraso seria muito grande”, comemora Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia.

Plano nacional

Para que ocorra a imunização, também é necessária a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que segue em negociação.

Apesar disso, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) editou Medida Provisória (MP) que permite ao poder público a compra de insumos e vacinas com dispensa de processo de licitação e mesmo antes da liberação da Anvisa.

Esse cenário torna o plano nacional cada vez mais próximo de ser colocado em prática em todo país. Por isso, mesmo sem calendário de vacinação estipulado, os infectologistas mineiros estão confiantes, mas afirmam que a cidade não vai hesitar se precisar colocar o “plano B” em prática.

Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia em BH(foto: Tulio Santos/EM/D.A. Press)
Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia em BH (foto: Tulio Santos/EM/D.A. Press)


“Procuramos São Paulo no momento em que não tínhamos posicionamento do Ministério da Saúde. Como agora tem a mobilização e querem também começar a vacinação em janeiro, basta a ser o Ministério o nosso ‘plano A’. O Butantan continua em ligação direta com a prefeitura caso haja dificuldade a partir do Ministério da Saúde”, explicou Estevão Urbano.

Segundo o especialista consultor da PBH, uma ideia clara sobre a vacinação deve ocorrer dentro dos próximos 15 dias. Caso a indicação de imunização não parta do governo federal, será simples implantar um sistema de vacinação na cidade.

“A prefeitura já tem toda uma estrutura montada de vacinação que é responsável pela vacinação de várias doenças. Isso já é sólido. É só aproveitar a logística que já existe. Agora, os detalhes da vacinação ficam em ‘standby’ aguardando definição do Ministério. Se por acaso tiver algum problema por parte do governo federal, a gente se reúne e monta esse plano que é rápido”, acrescenta Urbano.

Vacina alivia hospitais

Outro infectologista que pertence ao comitê da PBH, Unaí Tupinambás, também reforça que a PBH só compraria a Coronavac se ela não fosse incorporada ao Ministério da Saúde.

Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia em BH(foto: Tulio Santos/EM/D.A. Press)
Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia em BH (foto: Tulio Santos/EM/D.A. Press)


“Felizmente o ‘Plano A’ vai se colocar em ação. O calendário de vacinação com priorização vai vir do plano nacional. Os primeiros a serem imunizados devem ser os trabalhadores de saúde do ‘front’ e pessoas vulneráveis”, disse o professor da Faculdade de Medicina da UFMG.

Unaí também comemora o resultado da CoronaVac. “Se a vacina não protege 100% da infecção, pode proteger da infecção grave. A vacina influenza é parecida com essa. Isso é um ótimo alento para nós todos. Se vacinar os trabalhadores da saúde e vulnerabilizados, vamos diminuir o impacto no sistema de saúde, isso é um grande feito e reduz a mortalidade. Agora a gente espera que a campanha comece o quanto antes”, relembra o infectologista.

Acordo em São Paulo

Em dezembro, Kalil chegou a se reunir com o governador de São Paulo, João Dória (PSDB). Na época, foi decidido que as vacinas deveriam imunizar primeiramente os profissionais de saúde contra o coronavírus.

Kalil e Doria oficializaram repasse de vacinas a profissionais de saúde da capital mineira(foto: 15/12/2020 - Governo de São Paulo/Reprodução)
Kalil e Doria oficializaram repasse de vacinas a profissionais de saúde da capital mineira (foto: 15/12/2020 - Governo de São Paulo/Reprodução)


A estimativa é de que a imunização na capital siga o cronograma nacional. No entanto, já se antecipando a um eventual atraso no plano nacional, a prefeitura mantém a alternativa de receber as doses que serão aplicadas em profissionais das rede pública e privada de BH.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, serão necessárias em torno de 200 mil doses para atender a todos estes profissionais.

Na época, a prefeitura informou que, no dia seguinte ao início da vacinação em São Paulo, começaria o processo em Belo Horizonte com o imunizante do Instituto Butantan. O governo de São Paulo reforçou nesta segunda-feira (7/1) que o plano de vacinação com a CoronaVac começa no dia 25 de janeiro. Dessa forma, a vacina poderia iniciar na capital mineira no próximo dia 26.

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp



Como a COVID-19 é transmitida?


A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?



Como se prevenir?


A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

Vídeo explica porque você deve aprender a tossir

Mitos e verdades sobre o vírus


Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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