Um plano de estudos vai definir protocolos de segurança a serem seguidos nos atrativos turísticos do complexo de cachoeiras. Representantes da Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros, Marinha e empresários locais também participaram do encontro.
“Estou muito satisfeito com o resultado que tivemos. Estamos com um plano de ação a curto prazo, onde vamos trabalhar a questão da comunicação e divulgação para turistas vias panfletagem. Isso também vai ser feito de modo digital, pra gente conseguir levar a informação através das redes sociais. Vídeos da Defesa Civil de prevenção e cuidados vão ser compartilhados”, explica Cristiano Gerardão (PP), prefeito de Capitólio.
Durante a reunião, foram definidas ações de curto e de médio prazo para evitar acidentes fatais como o ocorrido no último sábado (2/1).
“A médio prazo, a gente vai trabalhar as questões de leis, dentro dos nossos municípios, após um plano de estudo bem elaborado e bem executado. Onde esse plano de estudo vai indicar o procedimento e o protocolo correto a ser seguido por cada atrativo turístico. E além da parceria que firmamos aqui hoje entre Capitólio, São João Batista da Glória e São José da Barra. Vamos caminhar juntos em prol do desenvolvimento turístico da nossa região”, completa.
O caso
Cerca de 20 pessoas foram vítimas de uma cabeça d’água no último fim de semana, no complexo de cachoeiras entre São José da Barra e Capitólio, no Sul de Minas. Três jovens foram arrastados pelo volume de água e não conseguiram se salvar.
No último sábado (2/1), um grupo de banhistas foi surpreendido pelo volume repentino de água na cachoeira Cascatinha, próximo a região dos cânions, em Capitólio. Os corpos de Elayla Chagas Correa, de 24 anos, e Helen Cristina, de 27, foram resgatados no domingo (3/1).
Já Jardyan Resende Correa, de 23 anos, estava a quatro metros de profundidade na cachoeira e foi encontrado nessa segunda-feira (4/1). As vítimas são de Oliveira, no Centro-Oeste de Minas.
Durante o fenômeno, muitas vítimas conseguiram sair correndo pelas pedras. Segundo o Corpo de Bombeiros, três pessoas foram arrastadas pela água. Onze pessoas foram socorridas pelo helicóptero, sendo quatro crianças e quatro mulheres. Duas pessoas socorridas pelo Arcanjo tiveram fraturas nos membros inferiores. Já a equipe de solo resgatou cinco pessoas e retiraram os corpos das vítimas.
Esclarecimentos
O responsável pelo ecoparque, onde aconteceu o acidente, explicou que tem autorização para funcionar e que nos últimos 13 anos nenhum acidente parecido aconteceu no local. De acordo com o responsável, falta apoio das prefeituras locais.
“Há vários anos consecutivos, solicitamos das prefeituras o monitoramento e sinalização do local onde ocorreu as mortes. Devido ao acidente recebemos aqui a Defesa Civil do Estado e esclarecemos ao responsável essa questão e foi repassado que solicitaria essa reunião com ambos os prefeitos para regularizar essa situação”, explica.
O responsável informou ainda, que no dia do acidente, a sirene de alerta tocou algumas vezes durante a manhã. “As instruções foram fornecidas presencialmente por nossa equipe um a um no momento da chegada conscientizando dos perigos do lugar e das correntezas das trilhas, mas a água subiu em poucos segundos”, ressalta.
Segundo o responsável, foram 37 pessoas resgatados com vida, a grande maioria sem ferimentos e três óbitos. O ecoparque segue fechado para algumas adaptações.
“Estamos instalando um novo sistema de sensores e sirenes rotas de fuga e sinalização afim de reabrirmos já aptos a essa nova realidade de aumento súbito da água. Além disso, estamos muito otimistas de que eles encararam a realidade da parte baixa do nosso Canyon com outros olhos após o incidente trágico e traumático”, completa.