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Estado de Minas CABEÇA D'ÁGUA

Após tragédia em Capitólio, prefeituras definem plano contra acidentes

Protocolo deve ser seguido em cada atrativo turístico a longo prazo; prefeituras da região farão panfletagem para turistas e divulgações em redes sociais


08/01/2021 09:02 - atualizado 09/01/2021 10:43

(foto: Prefeitura de Capitólio/divulgação)
(foto: Prefeitura de Capitólio/divulgação)
Após tragédia que matou três pessoas durante cabeça d’água no complexo de cachoeiras, em Capitólio, no Sul de Minas, prefeituras da região se uniram para montar um plano de ação contra acidentes. Além da Prefeitura de Capitólio, São João Batista da Glória e São José da Barra participaram do encontro nessa quinta-feira (7/1).

 

Um plano de estudos vai definir protocolos de segurança a serem seguidos nos atrativos turísticos do complexo de cachoeiras. Representantes da Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros, Marinha e empresários locais também participaram do encontro.

 

“Estou muito satisfeito com o resultado que tivemos. Estamos com um plano de ação a curto prazo, onde vamos trabalhar a questão da comunicação e divulgação para turistas vias panfletagem. Isso também vai ser feito de modo digital, pra gente conseguir levar a informação através das redes sociais. Vídeos da Defesa Civil de prevenção e cuidados vão ser compartilhados”, explica Cristiano Gerardão (PP), prefeito de Capitólio.

 

Durante a reunião, foram definidas ações de curto e de médio prazo para evitar acidentes fatais como o ocorrido no último sábado (2/1).

 

Tragédia aconteceu no complexo de cachoeiras entre São José da Barra e Capitólio(foto: CBMMG/divulgação)
Tragédia aconteceu no complexo de cachoeiras entre São José da Barra e Capitólio (foto: CBMMG/divulgação)
“A médio prazo, a gente vai trabalhar as questões de leis, dentro dos nossos municípios, após um plano de estudo bem elaborado e bem executado. Onde esse plano de estudo vai indicar o procedimento e o protocolo correto a ser seguido por cada atrativo turístico. E além da parceria que firmamos aqui hoje entre Capitólio, São João Batista da Glória e São José da Barra. Vamos caminhar juntos em prol do desenvolvimento turístico da nossa região”, completa.

 

Na prática, cada município vai se reunir com os proprietários de atrativos ecoculturais para informar o plano de ação e buscar com eles essa parceria. Também serão feitos treinamentos, do Corpo de Bombeiros e com a Defesa Civil, nesses atrativos ecoturísticos.

 

O caso

 

Cerca de 20 pessoas foram vítimas de uma cabeça d’água no último fim de semana, no complexo de cachoeiras entre São José da Barra e Capitólio, no Sul de Minas. Três jovens foram arrastados pelo volume de água e não conseguiram se salvar.

 

Corpos de Elayla e Ellen forma resgatados primeiro(foto: Arquivo Pessoal)
Corpos de Elayla e Ellen forma resgatados primeiro (foto: Arquivo Pessoal)
No último sábado (2/1), um grupo de banhistas foi surpreendido pelo volume repentino de água na cachoeira Cascatinha, próximo a região dos cânions, em Capitólio. Os corpos de Elayla Chagas Correa, de 24 anos, e Helen Cristina, de 27, foram resgatados no domingo (3/1). 

 

O corpo de Jordyan foi encontrado no terceiro dia de buscas(foto: Arquivo Pessoal)
O corpo de Jordyan foi encontrado no terceiro dia de buscas (foto: Arquivo Pessoal)
Já Jardyan Resende Correa, de 23 anos, estava a quatro metros de profundidade na cachoeira e foi encontrado nessa segunda-feira (4/1). As vítimas são de Oliveira, no Centro-Oeste de Minas.

 

Durante o fenômeno, muitas vítimas conseguiram sair correndo pelas pedras. Segundo o Corpo de Bombeiros, três pessoas foram arrastadas pela água. Onze pessoas foram socorridas pelo helicóptero, sendo quatro crianças e quatro mulheres. Duas pessoas socorridas pelo Arcanjo tiveram fraturas nos membros inferiores. Já a equipe de solo resgatou cinco pessoas e retiraram os corpos das vítimas.

 

 

Esclarecimentos

 

O responsável pelo ecoparque, onde aconteceu o acidente, explicou que tem autorização para funcionar e que nos últimos 13 anos nenhum acidente parecido aconteceu no local. De acordo com o responsável, falta apoio das prefeituras locais.

 

“Há vários anos consecutivos, solicitamos das prefeituras o monitoramento e sinalização do local onde ocorreu as mortes. Devido ao acidente recebemos aqui a Defesa Civil do Estado e esclarecemos ao responsável essa questão e foi repassado que solicitaria essa reunião com ambos os prefeitos para regularizar essa situação”, explica.

 

O responsável informou ainda, que no dia do acidente, a sirene de alerta tocou algumas vezes durante a manhã. “As instruções foram fornecidas presencialmente por nossa equipe um a um no momento da chegada conscientizando dos perigos do lugar e das correntezas das trilhas, mas a água subiu em poucos segundos”, ressalta.

 

Segundo o responsável, foram 37 pessoas resgatados com vida, a grande maioria sem ferimentos e três óbitos. O ecoparque segue fechado para algumas adaptações.

 

“Estamos instalando um novo sistema de sensores e sirenes rotas de fuga e sinalização afim de reabrirmos já aptos a essa nova realidade de aumento súbito da água. Além disso, estamos muito otimistas de que eles encararam a realidade da parte baixa do nosso Canyon com outros olhos após o incidente trágico e traumático”, completa.

 

 

 


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