O Sul de Minas está em alerta com o avanço da COVID-19 e sob ameaça de colapso no sistema de saúde. A Prefeitura de São Sebastião do Paraíso confirmou 76 casos e quatro mortes pela doença nesta semana. São Tomé das Letras registrou mais seis pessoas infectadas nessa quinta-feira (7/1), enquanto Alfenas atingiu 90% dos leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com a Prefeitura de São Sebastião do Paraíso, com os novos casos registrados nesta semana, o município soma 1.785 pessoas infectadas, sendo 54 mortes em decorrência da COVID-19.
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Nesse cenário, os leitos de UTI para COVID-19 chegam a 66,6% de ocupação e os de enfermaria estão com 63,15%. A administração pública, em conjunto com representantes da Santa Casa e setores da saúde, traçou estratégias voltadas ao combate à doença.
“Se não tomarmos medidas drásticas, vamos colher o fruto disso. Precisamos apertar o cerco para que a doença não continue avançando no município”, destacou o prefeito.
De acordo com a prefeitura, os estabelecimentos que não cumprirem as regras de prevenção à COVID-19 podem ter o alvará de funcionamento cassado. Além disso, será feito o registro de boletim de ocorrência para quem não for localizado para testagem pelos agentes da vigilância em saúde.
São Tomé das Letras
O avanço do novo coronavírus em São Tomé das Letras também se intensificou nesta semana. O boletim municipal divulgou nove pessoas infectadas e outros 15 suspeitos. Somente nessa quinta-feira foram mais seis casos positivos da doença.
Na última quarta-feira (6/1), a cidade constatou um novo caso positivo e o prefeito empossado, Tomé Reis Alvarenga (MDB), gravou um vídeo para alertar a população.
A cidade ganhou fama de segura em relação à COVID-19 depois de ficar quase oito meses fechada para turistas. Mas caiu em um impasse, em outubro do ano passado, quando empresários da cidade conseguiram uma liminar determinando a reabertura das ativiades econômicas.
O primeiro caso na cidade foi confirmado 20 dias depois desse impasse. O decreto vigente foi publicado em 27 de novembro do ano passado com algumas flexibilizações. O documento passou a permitir pontos turísticos, campings e hostels. A prefeitura também aumentou a capacidade desses estabelecimentos para 30%. Mas festas com aglomerações seguem proibidas na cidade. Inclusive, a tradicional queima de fogos no réveillon foi cancelada.
De acordo com a prefeitura, um novo decreto está sendo feito pelo novo Gabinete de Crise, criado para articular resoluções e estratégias de combate à pandemia do novo coronavírus.
Alfenas
A Prefeitura de Alfenas também está preocupada com aumento expressivo de casos de COVID-19 na cidade. No fim do mês passado, a administração municipal prorrogou o estado de calamidade pública por 180 dias. Mesmo assim, os dados do novo coronavírus seguem em alta. O último boletim municipal divulgou 2730 pessoas infectadas, sendo 64 mortes em decorrência da doença.
De acordo com a prefeitura, em 10 dias, a cidade somou mais 239 registros do novo coronavírus e mais uma morte. “É o resultado das aglomerações das festas de fim de ano. Infelizmente atingimos 90% da ocupação dos leitos de UTI/COVID, mesmo com a abertura de 10 novos leitos nas últimas semanas. Dos 30 leitos de UTI disponíveis exclusivamente para COVID-19 temos neste momento 26 ocupados”, alerta Dr. Carlos Marcelo, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas.
O diretor da Santa Casa informou que a situação é complicada, pois o hospital atende outros 26 municípios da região.