
Na orla da Lagoa Seca, no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul da capital mineira, a maioria das pessoas caminhavam ou praticavam outras atividades físicas ao ar livre nesta manhã. Algumas delas não usavam máscaras de proteção.
Não foi o caso do italiano Antonio Pino. O gerente-executivo caminhava com seu cão, Colin, na Lagoa Seca e falou a respeito da prática ao ar livre, mesmo com a pandemia do novo coronavírus como justificativa para o fechamento do comércio a partir desta segunda-feira (10/01) em BH.
“Moro aqui. O vírus ainda está em circulação. Todo mundo tem que usar máscara, proteção, distanciamento, porque o vírus não acabou. É um absurdo que ainda todo mundo corre sem máscara, como se estivesse tudo ok. Não dá”, afirmou o gerente-executivo.

Em outro ponto de BH, na orla da Lagoa da Pampulha, o cenário era semelhante: diversas pessoas, até a passeio, circulavam sem grandes preocupações com a pandemia de COVID-19. Algumas também não usavam máscaras de proteção, medida básica e inicial para evitar infecção pelo vírus.
O aposentado Francisco Arantes, que caminhava pelo local, criticou o fechamento a partir desta segunda. “Falta instruir mais o povo, pois o fechamento não deu certo. Se não já teria melhorado, então tem esse problema. Fechar vai só prejudicar nesse momento o comércio, e o trabalho já está no buraco”. A fiscalização também esteve presente na Lagoa da Pampulha, mas a reportagem não viu nenhuma abordagem socioeducativa.

Na última quarta-feira (06/01), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) utilizou as redes sociais para justificar o fechamento do comércio não essencial. De acordo com o prefeito, a COVID-19 “chegou no limite” em Belo Horizonte. A ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), por exemplo, permanece na casados 80%, na zona vermelha de alerta, uma vez que a demanda superou a marca de 70%.
Para efeito de comparação, o percentual de uso na terapia intensiva era de 44% no início de dezembro. Contudo, vale lembrar que a prefeitura alterou o critério de avaliação em 18 de dezembro. Em vez de considerar a oferta em potencial, a prefeitura passou a colocar na conta apenas os leitos que realmente estavam à disposição da população.