Já está preso um homem de 39 anos, que se passava por motorista de aplicativo e, na verdade, aplicava golpes de estelionato contra suas vítimas. Na hora de receber o valor da corrida, pela máquina de cobrança, adulterava o valor e arrancava grandes somas, sem que a vítima percebesse. O local do valor estava, sempre, encoberto por uma fita isolante preta. A maioria das vítimas tinha mais de 60 anos. Segundo foi apurado, o suspeito vitimou, pelo menos, 15 pessoas, gerando um prejuízo superior a R$ 50 mil.
As investigações, pela Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor (Decon), tiveram início em outubro último. Segundo a delegada Danúbia Helena Soares Quadros, a polícia conseguiu identificar o criminoso em Betim, na Grande BH. “Conseguimos o endereço dele. Mas ele não estava mais residindo no local. Estava morando num hotel. No entanto, foi até a casa para apanhar alguns pertences e foi quando o pegamos.” A prisão foi feita em Betim.
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“No entanto, foi colada uma fita em parte da tela da máquina, de forma a impossibilitar a conferência do valor pelo usuário. Conforme as ocorrências já registradas, houve cobranças de RS 700 até mais de R$ 5 mil”, diz a delegada.
Ameaças de violência
Ainda segundo Danúbia Quadros, quando a vítima questionava por não estar visualizando o valor, o estelionatário mudava de postura. “Nessa hora, ele intimidava as vítimas. Muitas delas relataram que queriam pagar em espécie, pois não estavam enxergando o valor, e ele dizia que não aceitava dinheiro, falava de forma mais ríspida. Vários idosos ficaram com medo e digitaram a senha sem ver o quanto era cobrado. Ele usou da vulnerabilidade e boa-fé delas”, conta.
O suspeito atuava na capital e em cidades da Região Metropolitana de BH. Em geral, as vítimas eram abordadas na rodoviária, hospitais e clínicas médicas. A delegada acrescenta que, anteriormente, em maio de 2020, o homem já havia praticado o golpe utilizando um táxi. Ele é registrado como taxista.
Existe a possibilidade ainda, segundo a delegada, que surjam novas vítimas desse homem. “Orientamos que de forma alguma seja aceita corrida fora do aplicativo, seja ele qual for. As vítimas que foram lesionadas e eventualmente não tenham registrado ocorrência podem procurar a Decon ou a delegacia mais próxima”, orienta ela.
O golpista tem registros policiais de tráfico de drogas, crime patrimonial e violência doméstica. Ele foi encaminhado ao sistema prisional, onde está à disposição da Justiça. Não está afastada a hipótese de haver outras pessoas envolvidas no golpe.