Segundo o último boletim municipal, a cidade soma 33 casos confirmados de COVID-19. O salto foi de 30 registros em oito dias – em 6 de janeiro, havia três pessoas infectadas pelo novo coronavírus em São Tomé das Letras.
“Infelizmente, o número de contaminados continua crescente em nossa cidade. Estamos recebendo a fatura de uma conta que não fizemos, mas o momento requer atitude e não é nosso costume silenciar. Mas, realmente, a luta tem sido grande e o tempo pequeno para tentar reorganizar a cidade, sobretudo neste momento crítico”, lamenta o prefeito, Tomé Reis Alvarenga.
Diante da situação, a prefeitura publicou um novo decreto para tentar conter o avanço da doença na cidade. “Temos feito reuniões com o Gabinete de Crise, com a Câmara e temos discutido soluções que atendam às necessidades do nosso povo para o momento”, afirma.
O novo documento proíbe o funcionamento dos estabelecimentos comerciais após 22h. Após este horário, bares, restaurantes e lanchonetes só poderão atender de forma delivery e mesmo assim, não poderá fazer entregas de bebida alcoólica.
O consumo de bebidas alcoólicas em vias e espaços públicos, bem como aglomerações, festas e eventos de qualquer natureza também estão proibidos. “A fiscalização será intensificada e efetiva. As barreiras passaram por remanejamento, após licenciamento de grande parte dos componentes por suspeita de contaminação”, diz.
A prefeitura também implantou um formato de consultas remotas, para aliviar o fluxo de atendimento na Unidade de Saúde. O serviço de Tele Consulta - atendimento médico de forma remota – foi criado para orientar a população com segurança sobre os casos suspeitos do novo coronavírus.
“O serviço de Tele Consulta funcionará por meio do número (35) 9 9871-7968, no horário entre 8h e 11h e entre 13h e 18h, durante os sete dias da semana”, informa.
O prefeito publicou uma nota para alertar a população sobre a situação da cidade e pediu a colaboração de todos nas medidas de prevenção e combate à doença: “É necessário uma mudança urgente no comportamento de todos. A nossa parte será feita. E de nada valerá, se todos não fizerem a parte que lhes cabe. Esperamos que as novas medidas sejam cumpridas, evitando assim que decretemos em breve, o lockdown”.
Evolução da COVID-19
A cidade chegou a ganhar fama de segura em relação à COVID-19 depois de ficar quase oito meses fechada para turistas. Mas caiu em um impasse, em outubro do ano passado, quando empresários conseguiram uma liminar determinando a reabertura.
A prefeitura recorreu da decisão da Justiça, mas o documento voltou a valer.
O primeiro caso registrado foi confirmado 20 dias depois desse impasse.
No primeiro momento, a prefeitura publicou um decreto proibindo excursões na cidade e os pontos turísticos ficaram fechados. Hotéis e pousadas receberam apenas 20% da capacidade de lotação permitida, com os visitantes precisando comprovar hospedagem com as regras estipuladas pela Central COVID-19.
Em seguida, houve flexibilização e o documento passou a permitir pontos turísticos, campings e hostels.