Um grupo de pais, professores e proprietários de escolas particulares promoveu, neste sábado (16/01), carreata pelas ruas de Belo Horizonte pedindo a reabertura das instituições privadas. Os manifestantes estiveram, inclusive, em frente ao edifício que abriga o prefeito Alexandre Kalil (PSD), em Lourdes, na Região Centro-Sul da capital.
A manifestação tem o apoio do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG). O pedido é pela reabertura das instituições de ensino tão logo Belo Horizonte avance no plano de flexibilização adotado em virtude do novo coronavírus.
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Segundo Zuleica Reis, pais, alunos, profissionais e proprietários de escolas particulares vivem momento de incerteza. O retorno às aulas está agendado para fevereiro, mas não há previsão para o abandono das atividades remotas.
O cenário, argumenta, fez com que houvesse retração no número de matrículas feitas. A presidente do Sinep diz que, até este momento, algumas escolas não conseguiram ultrapassar 30% das matrículas previstas para o início do ano. Parte das instituições de educação infantil, por sua vez, angariou quantidade ainda menor de alunos.
“Os pais, principalmente da educação infantil, setor que mais vem sofrendo, não fazem a matrícula aguardando um posicionamento. Se não puder voltar presencial, as escolas infantis que ainda não fecharam vão falir”, alega.
Escolas particulares não entendem fechamento
O poder Executivo já assegurou que as escolas municipais têm condições de reabrir, mas prefere esperar queda nos índices que retratam a situação da pandemia na cidade. Segundo o mais recente boletim do novo coronavírus em BH, o município soma 75.394 casos da infecção e 2.037 mortes.
“A gente não vê motivos de impedir que as escolas particulares, que têm estrutura para voltar, não retornem em função das escolas públicas. O próprio comitê diz que as escolas públicas estão preparadas para o retorno”, afirma a dirigente do Sinep-MG.
Questionada pela reportagem sobre possíveis efeitos da abertura das escolas particulares antes das instituições públicas — como a ampliação das desigualdades —, Zuleica diz que o fechamento prolongado das salas de aula é que pode aumentar as diferenças.
“Já estamos há um ano com as escolas fechadas, tanto públicas quanto privadas. A gente acredita que os municípios já devem ter feito todas as adequações necessárias para que as aulas continuem. É impossível manter as escolas fechadas e esse abismo, que já existe, se tornar ainda maior se as escolas públicas não voltarem”.