Um perfil no Instagram chamado @tratamentoprecocebrasil tem o objetivo de divulgar médicos que apoiam e disseminam ideias a favor do tratamento precoce da COVID-19 no Brasil. A página tem 13,9 mil seguidores e 153 publicações no feed. Os médicos que participam da página são a favor da prescrição da hidroxicloroquina, ivermectina e outros medicamentos para “evitar” os sintomas do novo coronavírus.
Até o último sábado (16/1) o perfil era público e qualquer pessoa acessava o conteúdo, que tinha vídeos e fotos de médicos de todo o Brasil com mensagens a favor do tratamento precoce.
A reportagem do estado de Minas teve acesso às publicações e, inclusive, a um story onde a página anunciava que a plataforma Instagram estava apagando algumas das postagens. Porém, desde esta segunda-feira (18/1) o perfil se tornou privado.
“Perfil dedicado aos médicos que apoiam o tratamento precoce da COVID-19 recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil”, diz a biografia da página. A reportagem tentou contato com o administrador da página, mas até o momento não obteve retorno.
Conteúdos considerados inadequados ou spam podem ser denunciados na própria plataforma do Instagram, Facebook ou Twitter. Essas plataformas de redes sociais têm apagado posts que disseminam fake news ou que não tenha comprovação científica sobre a pandemia.
Em 2020, o Twitter apagou duas postagens da conta oficial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que estimulava o não distanciamento social em período da pandemia.
No último sábado (16/1), também o Twitter colocou uma marca num post do Ministério da Saúde apontando que houve "a publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à COVID-19". O tuíte do órgão brasileiro pede que o tratamento precoce seja solicitado por quem apresentar sintomas da doença, o que não é endossado por especialistas e comunidade científica mundial.
No último sábado (16/1), também o Twitter colocou uma marca num post do Ministério da Saúde apontando que houve "a publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à COVID-19". O tuíte do órgão brasileiro pede que o tratamento precoce seja solicitado por quem apresentar sintomas da doença, o que não é endossado por especialistas e comunidade científica mundial.
O Twitter anunciou em todo o mundo a expansão de suas regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir COVID-19. O detalhamento da ampliação dessa abordagem está disponível neste blog.
Sociedade Brasileira de Infectologistas não recomenda
Na última quinta-feira (14/1), a Sociedade Brasileira de Infectologistas publicou que é contraindicado qualquer substância em tratamento precoce da COVID-19.
“A SBI não recomenda tratamento precoce para COVID-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais. Ou seja, não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a COVID-19”, diz o comunicado.
“A SBI não recomenda tratamento precoce para COVID-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais. Ou seja, não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a COVID-19”, diz o comunicado.
“Essa orientação da SBI está alinhada com as recomendações das seguintes sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários nacionais e internacionais, como: Sociedade de Infectologia dos EUA (IDSA) e da Europa (ESCMID), Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), Centos Norte-Americanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância do Ministério da Saúde do Brasil (Anvisa)”, completa.