O governador Romeu Zema (Novo) se disse honrado ao receber as milhares de doses da vacina Coronavac, produzida pelo Butantan e pela chinesa Sinovac, em cerimônia no Aeroporto Internacional de Confins, na Grande BH, na noite desta segunda-feira (18/1).
Cinco profissionais de saúde do Hospital Eduardo de Menezes, localizado na Região do Barreiro, em BH, foram os primeiros a receber o imunizante.
"Os funcionários foram expostos (ao vírus). Lembrando que durante nove, dez meses após a pandemia, já estão num processo - como todos nós, de certa maneira - de exaustão. Eles muito mais. Se tivemos trabalho extra, eu diria que a carga deles foi muito maior", disse o chefe do Executivo estadual.
Zema também afirmou que a Coronavac "não é solução definitiva" contra o vírus.
"Todos os cuidados continuam sendo necessários. Eu tenho receio que a população em geral considere a vacina como algo que, a partir de amanhã, dispense cuidados", destacou.
O governador disse que o processo para produção de mais vacinas será "longo" e "vai levar alguns meses".
Porém, Zema se disse "otimista" com a chegada da vacina. "Isso significará menos pessoas doentes e menos sobrecarga para o sistema de saúde. Teremos, com certeza, dias melhores", completou.
Os vacinados
Cinco pessoas, todas lotadas no Hospital Eduardo de Menezes, no Barreiro, em BH, foram vacinadas na cerimônia no aeroporto. A primeira vacinada foi Maria Bom Sucesso, de 57 anos, técnica de enfermagem.
Também receberam o imunizante o técnico em enfermagem Thiago Libério Santana Medina, de 39 anos; a enfermeira do CTI Adileia Pereira de Jesus Cardoso, de 52; o fisioterapeuta Moisés Alves Senra, de 39; e a coordenadora do CTI do mesmo hospital, Teresa Gamarano Barros, 37.
A chegada
As vacinas chegaram em Minas por volta das 20h desta segunda. O Airbus A330neo da Azul Linhas Aéreas, o maior da empresa, veio do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e pousou no Aeroporto Internacional de Confins, na Grande BH.
No total, o estado recebeu 577 mil doses da Coronavac, segundo números do Ministério da Saúde. Essa quantidade só não é maior que a recebida pelo estado governador por João Doria (PSDB).
O plano nacional prevê a vacinação, inicialmente, de três grupos de pessoas: trabalhadores da saúde; população indígena que vive em terras indígenas; e a população institucionalizada (deficientes e idosos).
Em Minas, conforme o Ministério da Saúde, são 38.578 idosos em instituições públicas; 1.160 deficientes nas mesmas casas de apoio; 7.878 índios; e 227.472 servidores da saúde, o que representa 34% da categoria.
Porém, em Belo Horizonte, a prefeitura anunciou nesta segunda que vai priorizar apenas os profissionais de saúde.
Isso vale para os servidores que atuam em todas as unidades de terapia intensiva, os que trabalham nas enfermarias para COVID-19, os lotados nas UPAs e no Samu e aqueles voltados ao pronto-atendimento dos hospitais.
As doses serão estocadas na Rede Estadual de Frio, no Bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte. De lá, seguem para as 28 unidades regionais de saúde do estado.
Depois, cada prefeitura precisa se deslocar à unidade a qual pertence para retirar os imunizantes. Esse protocolo é idêntico ao que acontece com outras vacinas que fazem parte das campanhas nacionais.
Responsáveis técnicos vão viajar junto com os transportadores para garantir a segurança das vacinas.