Cerca de 200 carroceiros se reúnem na porta da prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, nesta terça-feira (19/1) para pedir que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) vete o Projeto de Lei N° 142/2017, aprovada em segundo turno na Câmara Municipal em 15 de dezembro. A legislação prevê a substituição dos veículos de tração animal e humana da cidade por estruturas motorizadas.
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"Gostaria de clamar ao prefeito para nos atender e dar uma solução vetando o projeto de lei. O que vai ser feito de nós? O prefeito que governa para todos vai se compadecer de nossas famílias", argumentou.
Sebastião afirmou que os cavalos, que fazem a tração das carroças, não sofrem maus-tratos. Ele afirma que ocorre a situação contrária, que há uma relação de cuidado, que decorre da aproximação entre os carroceiros e os animais. Essa prática de uso dos animais integra, como ele destaca, à cultura de grupos tradicionais, como quilombolas, ciganos e indígenas. "Falarem de maus-tratos foi a maneira que encontraram para falarem mal de nossas práticas".
Sebastião afirma que, caso a lei não seja sancionada, a categoria está disposta a passar por processos de fiscalização dos cuidados tomados com os animais.
De origem cigana, ele lembra que trabalha como carroceiro há 49 anos. O contato com os animais teve início nos acampamentos ciganos, quando ainda era criança. "É o carroceiro que cuida desses animais. Muitas vezes, deixa de tirar para ele próprio para comprar remédio, farelo e ração para os animais".
Esta matéria está em atualização.