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Estado de Minas MANIFESTAÇÃO NA CAPITAL

Carroceiros protestam na PBH contra proibição de veículos de tração animal

Categoria foi à porta da Prefeitura pedir que Kalil vete a PL 142/2017, que prevê substituição de cavalos por veículos motorizados para transporte de cargas


19/01/2021 12:31 - atualizado 19/01/2021 14:16

(foto: Insatisfeitos com a aprovação da PL que prevê substituição de carroças com tração animal por veículos motorizados, carroceiros protestem na porta da PBH)
(foto: Insatisfeitos com a aprovação da PL que prevê substituição de carroças com tração animal por veículos motorizados, carroceiros protestem na porta da PBH)
Cerca de 200 carroceiros se reúnem na porta da prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, nesta terça-feira (19/1) para pedir que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) vete o Projeto de Lei N° 142/2017, aprovada em segundo turno na Câmara Municipal em 15 de dezembro. A legislação prevê a substituição dos veículos de tração animal e humana da cidade por estruturas motorizadas. 

De acordo com proposta, a circulação em áreas públicas das carroças conduzidas por animais ficaria proibida dentro de prazo de quatro a cinco anos. Os carroceiros seriam cadastrados pela PBH e engajados em outros trabalhos.
 
Os carroceiros chegaram à sede da PBH às 11h30 e, até as 13h40,  não conseguiram agendar uma conversa com o perfeito. O presidente da associação dos carroceiros, Sebastião Álves de Lima, queixou-se de uma falta de resposta e apelou para a  compaixão de Kalil para com esses trabalhadores que ficarão sem sustento com o veto  ao uso de animais na tração das carroças.

"Gostaria de clamar ao prefeito para nos atender  e dar uma solução vetando o projeto de lei. O que vai ser feito de nós? O prefeito que governa para todos vai se  compadecer de nossas famílias", argumentou.

Sebastião afirmou que os  cavalos, que fazem a tração das carroças, não sofrem maus-tratos. Ele afirma que ocorre a situação contrária, que há uma relação de cuidado, que decorre da aproximação entre os carroceiros e os animais. Essa prática de uso dos animais integra, como ele destaca, à cultura de grupos tradicionais,  como quilombolas, ciganos e indígenas. "Falarem de maus-tratos foi a maneira que encontraram para falarem mal de nossas práticas".

Sebastião afirma que, caso a lei não seja sancionada, a categoria está disposta a  passar por processos de fiscalização dos cuidados tomados com os animais.

De origem cigana, ele lembra que trabalha como carroceiro há 49 anos. O contato com os animais teve início nos acampamentos ciganos, quando ainda era criança. "É o carroceiro que cuida desses animais. Muitas vezes, deixa de tirar para ele próprio para comprar remédio, farelo e ração para os animais".
  
Esta matéria está em atualização. 


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