O sistema de câmeras da Rua Célio de Castro, no Bairro Colégio Batista, em BH, foi determinante para que a Polícia Militar conseguisse identificar e prender três dos quatro homens que apedrejaram o carro de Sérgio Nonato, o Serginho, ex-dirigente do Cruzeiro. O ex-diretor celeste também sofreu ameaças.
O fato ocorreu na manhã desta terça-feira (19/1), por volta de 10h. Ao que tudo indica, segundo os policiais, Serginho estava sendo seguido – o cerco e o apedrejamento teriam sido, portanto, premeditados.
O ex-dirigente seguia pela Rua Célio de Castro quando, de repente, o trânsito parou. De dentro de três carros saltaram quatro homens, que com pedras na mão começaram a bater nos vidros e na lataria do veículo onde estava Serginho.
Depois de estilhaçar os vidros, eles voltaram para seus carros, enquanto gritavam palavras de ameaça ao ex-dirigente celeste. Nesse instante, Serginho conseguiu arrancar com o carro e fugir do local, pedindo ajuda à Polícia Militar.
Depois de lavrarem a ocorrência, os policiais do 16º BPM detectaram que havia uma câmera de vídeo na rua e conseguiram, por meio da filmagem, identificar os veículos envolvidos e as placas.
Integrantes de organizada
Os militares deram início, então, a uma busca, sendo que alertas foram feitos pela rede de rádio da PM. No final da tarde, os envolvidos, segundo Boletim de Ocorrência da Polícia Militar (BO) todos integrantes de torcidas organizadas, começaram a ser localizados e presos.
Duas prisões aconteceram em Belo Horizonte e uma em Contagem. O quarto envolvido, já identificado, está sendo procurado.
Os três foram encaminhados para o Ceflan 1. Eles serão indiciados nos crimes de dano, ameaça e tentativa de homicídio.
Investigação
Sérgio Nonato está entre os ex-dirigentes do Cruzeiro que são investigados pela Justiça por crimes praticados contra o patrimônio do clube, na gestão do presidente Wagner Pires de Sá, outro indiciado.
O outro investigado é Itair Machado, que era vice-presidente de futebol. Serginho foi diretor geral do clube.
As investigações já duram mais de um ano, e os três dirigentes foram indiciados por apropriação indébita, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Quatro empresários de jogadores de futebol também estão envolvidos.
O processo está em andamento na Justiça e, na semana passada, o Ministério Público indicou a condenação dos ex-dirigentes, fixando indenização de cerca de R$ 6,5 milhões. No entanto, esse valor ainda pode ser acrescido mediante o surgimento de novas provas de desvios que tenham sido praticados por eles.