O Hospital da Baleia recebeu as doses de vacina contra COVID-19 na manhã desta quarta-feira (20/01) e fará a imunização de 1114 colaboradores até a próxima segunda (25). Para dar início ao processo, alguns funcionários da linha de frente foram vacinados logo que as doses chegaram.
A primeira a ser vacinada foi a técnica em enfermagem Grace Kelly. O Hospital da Baleia é o seu primeiro emprego como técnica, e ela foi escolhida pela instituição devido ao comprometimento, carinho, dedicação e especialmente pelo bom humor que leva todos os dias à ala CTI COVID, onde atua.
Grace diz que costuma ser alegre sempre, mas destaca o motivo da animação em um CTI: “A nossa equipe sempre trabalha com a esperança de dias melhores, mesmo antes da COVID-19”.
E continua: “Aqui [CTI] já é um local de tristeza, se a equipe também ficar triste, não dá certo”.
A técnica conta que todos os dias são difíceis na ala e os desafios constantes fizeram com que ela criasse expectativa de vida longa ao ser vacinada.
A técnica conta que todos os dias são difíceis na ala e os desafios constantes fizeram com que ela criasse expectativa de vida longa ao ser vacinada.
Outra vacinada pela manhã foi a fisioterapeuta respiratória Franciely Helena da Silva. Ela relatou ansiedade pela vacina e acredita que a pandemia mostrou a importância e valorização da fisioterapia respiratória, que, para ela, não era tão reconhecida.
A atuação da equipe foi imprescindível no tratamento de pacientes internados com COVID-19, conta a fisioterapeuta, ressaltando como foi difícil lidar com tantas informações novas: “Foi tudo muito novo, já estávamos acostumados com pacientes críticos, mas os de COVID-19 trouxeram uma sensação de mais medo”.
“O que mais me marcou foi não poder visitar minha família no interior e de certa forma os pacientes acabam se tornando nossa família, por demandar uma internação mais longa”, disse Franciely.
Para ela, o início da vacinação significa o primeiro passo de tudo: “Vivemos momentos aterrorizantes. A vacina vem como um ponto de esperança, uma luz no fim do túnel”.
Para ela, o início da vacinação significa o primeiro passo de tudo: “Vivemos momentos aterrorizantes. A vacina vem como um ponto de esperança, uma luz no fim do túnel”.
Emoção à flor da pele
Com as 1114 doses recebidas, o Hospital da Baleia dará continuidade às aplicações ao longo desta quarta e uma das profissionais que está na fila é Elisângela Patrícia Rodrigues, enfermeira supervisora da instituição.
Hospital da Baleia, em BH, inicia vacinação de profissionais da saúdehttps://t.co/EFGF7pddvY pic.twitter.com/9fYmJKCMwU
%u2014 Estado de Minas (@em_com) January 20, 2021
Ela, que fez as primeiras aplicações nos profissionais, disse que não está ansiosa para chegar a sua vez, mas criou muita expectativa pela aprovação da vacina. Emocionada, afirma: “É uma honra fazer parte disso. Estou feliz, com um misto de bons sentimentos”.
Outra enfermeira recebeu uma das cinco primeiras doses do hospital. Isabela Vilela trabalha no CTI COVID e relatou que ainda está processando a situação, pois não imaginava que fosse ser imunizada neste mês: “Acho que foi tudo muito rápido. Fui pega até de surpresa, ainda estou processando tudo isso!”.
“Estou emocionada, apesar de não saber como vai ser daqui pra frente, é uma sensação de vitória. A gente queria que acontecesse, mas parecia algo mais distante”, completou a enfermeira que está há oito meses sem contato com sua família.
Assim como Isabela, Grace, Franciely e Elisângela desejam descansar após quase um ano de tanto trabalho. Encontrar a família e abraçá-los está na lista de todas elas.
Tirar férias, andar sem medo e sentir o carinho de pessoas queridas são outras vontades manifestadas por elas.
Tirar férias, andar sem medo e sentir o carinho de pessoas queridas são outras vontades manifestadas por elas.
Para os que aguardam na fila de vacinação, a mensagem foi unânime entre as quatro. “Não tenham medo, se vacinem”. Sem tratamentos com eficácia comprovada, muitos perderam a vida na luta contra a COVID-19, mas a esperança de salvar vidas está, agora, na tão esperada imunização.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina