As mulheres de Ipatinga já podem utilizar um canal direto com a Delegacia Especial de Atendimento Mulher (Deam) para denunciar violência doméstica ou obter orientações sobre seus direitos. O canal funciona pela rede social WhatsApp, por meio de um chatbot que permite à mulher fazer perguntas e obter as respostas de forma rápida.
O canal tem o nome Frida e foi premiado pelo governo de Minas com o Prêmio Inova 2020. É uma criação da escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais Ana Rosa Campos, que atua na Deam de Manhuaçu, onde o serviço funciona bem e tem obtido ótimos resultados.
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Coletivos apoiam iniciativa
“Todo e qualquer meio que possa ajudar as mulheres que estão completamente abandonadas pelo Estado, em todas as instâncias, a se livrarem de situação de violência e de morte, é muito bem-vindo”, disse Dani Dornelas, uma das integrantes do Baque Mulher.
Ela lembra que o Brasil é o quinto país onde ocorre mais violência contra as mulheres e que em meio uma pandemia “as denúncias de violência contra as mulheres vêm aumentando escandalosamente e não temos nenhuma política de prevenção, nem verbas prioritárias para combater as raízes da violência contra as mulheres que estão em um contexto de confinamento junto com seus agressores”.
Dani explica que o Baque Mulher é um pequeno coletivo, assim como muitos outros pequenos coletivos e organizações que lutam para erradicar a violência contra as mulheres, especialmente o feminicídio, em algumas cidades do Brasil.
“Não temos os recursos que o Estado possui e os alcances da máquina pública, que deveriam ser usados para impulsionar ideias como o App ‘Chame a Frida’ e outras medidas, além de melhorar os mecanismos de proteção, não apenas os de denúncia.”
A psicóloga Flávia Gotelip, do GT Gênero e Diversidade do Vale do Aço, também aprovou a implantação da Frida. "Diferentemente do aplicativo MG Mulher, desenvolvido pelo Governo de Minas, que permite que a mulher acione uma rede colaborativa indicada por ela, o 'Chame a Frida' aciona uma agente pública devidamente treinada para identificar potenciais riscos e estabelecer as medidas cabíveis para cada situação, cumprindo com o dever do Estado de assegurar os direitos das mulheres, especialmente destas sob situações de violência, disse.