A vacinação contra a COVID-19 em Minas Gerais segue no ritmo 'conta-gotas'. Depois de receber 577 mil doses da CoronaVac em 19 de janeiro, o estado aguarda mais dois pequenos lotes de imunizantes. Um deles com 200 mil unidades produzidas pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. O outro, de mais 480 mil ampolas da CoronaVac, elaborada pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa SinoVaC. A previsão é do Secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral.
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Juntas, todas as entregas são suficientes para imunizar cerca de 615 mil mineiros. As datas para o início da distribuição dos próximos lotes, contudo, ainda não foram definidas.
“A expectativa que nós temos é de que, até segunda-feira, nós já estejamos recebendo a segunda remessa de doses e vamos começar a distribuição. Nós ainda não definimos se faremos aquele esforço de ser tão rápidos como fomos da outra vez, ou se faremos a distribuição regular, que normalmente ocorre em 48 horas. Isso será mais definido na semana que vem quando, provavelmente, nós teremos mais doses em território mineiro”, ponderou o chefe da pasta da Saúde.
Em tom otimista, Amaral disse que não teme falta de vacinas e que o estado deve receber imunizantes a cada 15 dias. “Ou seja: a campanha de vacinação, que seguirá pelo ano inteiro, ela vai rodar com maior naturalidade possível”, comentou, destacando que o produto da AstraZeneca oferece vantagens à logística do planejamento do estado.
“Ele têm uma característica diferente, a segunda dose pode ser aplicada até 60 dias após a primeira. Então a gente tem um prazo maior para revacinar as pessoas que vão tomá-lo. Ou seja, a pessoa recebe a primeira dose e, lá para março, faz a revacinação - desde que haja certeza de que nós teremos mais dois milhões de doses em março”, argumentou.
Incertezas
O Ministério da Saúde acertou, até o momento, uma única importação antecipada da vacina da AstraZeneca/Oxford - trata-se dos 2 milhões de unidades com entrega prevista nesta sexta-feira (22/1) ao Brasil.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, produzirá o restante - 114,4 milhões de doses até o fim de 2021. A cronograma de produção, no entanto, esta atrasado em decorrência de percalços diplomáticos enfrentados pela fundação na importação de um componente da fórmula - o insumo farmacêutico ativo (IFA), que vem da China.
A Fiocruz esperava receber o item em 9 de janeiro, o que permitiria entregar o primeiro lote da vacina entre 8 e 12 fevereiro. Há um esforço para que o ingrediente chegue neste domingo (23/1), mas a importação depende da liberação do país asiático.
Com isso, a fundação prevê que as primeiras doses só devem ser entregues no início de março. A falta do insumo também afeta o Instituto Butantan, em São Paulo, responsável pela fabricação da CoronaVac. Os estoques do laboratório terminam no fim de janeiro.