Após denúncia de médico, que preferiu não se identificar, a Secretaria da Saúde de Uberaba, no Triângulo Mineiro, tenta descobrir quais são os profissionais da área da saúde, que não são da linha de frente, e que estariam furando fila da vacinação contra a COVID-19.
A denúncia aponta que uma médica que atua fora da linha de frente de combate diário da doença teria sido vacinada e ainda postado uma foto nas redes sociais. Além desse caso, estaria ocorrendo a vacinação de alguns profissionais que estavam afastados das funções há meses. As informação são da Coluna Falando Sério do Grupo JM de Comunicação.
Segundo a prefeitura, a cidade recebeu 9.202 doses para imunizar, neste primeiro momento, 4.601 pessoas do grupo prioritário, ou seja, os profissionais da linha de frente de combate à doença e os idosos que vivem em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).
A Promotoria de Defesa da Saúde, em Uberaba, aguarda o Plano de Contingência de Vacinação do município “que tem que estabelecer formalmente, com justificativas técnicas, quais serão as prioridades dentro das prioridades”, informou a promotora Cláudia Alfredo Marques.
“Não tenho como afirmar se o município de Uberaba está organizado para a vacinação. Ainda não recebi o Plano de Contingência de Vacinação. Sei que a quantidade de vacinas entregues não é suficiente para os quatro grupos prioritários estabelecidos no Plano Nacional de Vacinação”, complementou.
Além disso, a promotora contou que ainda não recebeu a denúncia do médico, protocolada. “Mas estamos discutindo essas questões. Alertei na reunião do Comitê Macrorregional Triasul e Trianorte sobre a necessidade de elaborar os Planos Municipais de Vacinação e dar transparência; fraudes vão acontecer, é da natureza humana. Acredito que os PJs criminais já estão discutindo”, comentou.
Segundo nota da assessoria de imprensa da prefeitura de Uberaba, “a SMS informa que as doses da vacina contra a COVID-19 são disponibilizadas mediante a apresentação de lista com o nome, idade, CPF, função e setor de todos os profissionais de saúde na linha de frente do combate à doença que fazem parte do grupo prioritário, de acordo com diretrizes do Ministério da Saúde. A relação desses profissionais é de responsabilidade da Direção de cada hospital.
Todas as diretrizes devem ser respeitadas pelos hospitais onde a vacinação está ocorrendo e não devem existir privilégios em nenhuma situação. A SMS segue com a apuração dos fatos”.