A Prefeitura de Ipatinga está às voltas com mais um problema relacionado à saúde da população: o mosquito Aedes Aegypti, que tem se multiplicado por várias áreas da cidade. A desconfortável presença do mosquito significa mais doença, pois o inseto transmite a dengue, zika e Chikungunya.
O Levantamento Rápido de Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado desde 7 de janeiro, pelo Centro de Controle de Zoonoses, apontou índices preocupantes, divulgados na sexta-feira (22/01) pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Em alguns bairros, a infestação chega a 9,1%, e a média, em toda a cidade, é de 4,9%. O índice máximo preconizado pelo Ministério da Saúde varia entre 1 % e 3,9%. Qualquer valor acima desse percentual já sinaliza uma situação de risco para um surto, informou a SMS.
As equipes formadas pelos Agentes de Controle de Endemias (ACE), depois das visitas às residências em vários bairros da cidade, identificaram que, em cada cinco criadouros do mosquito, quatro estão dentro das residências.
Esse fato preocupa muito à SMS de Ipatinga. “A população precisa colaborar efetivamente com o poder público para que os riscos de agravamento da infestação sejam contornados”, informou a SMS, em nota.
Segundo a SMS, a principal medida para conter o avanço da doença é garantir o acesso aos ACE às residências, em seu trabalho diário de vistoria, aplicação de larvicidas e inseticidas. Assim como a verificação constante dos locais que possam acumular água, como vasos de plantas e outros.
Epidemia cruzada
O cenário epidemiológico na região do Vale do Aço, assim como em todo o país, não é dos melhores, considerando a pandemia do novo coronavírus. Com as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, Ipatinga está em alerta para evitar novos focos e até provável surto de dengue.
O secretário titular da SMS, o médico Juliano Nogueira, disse que o número de notificações, ainda que relativamente baixo, sinaliza para o risco alto de um surto de dengue, com perspectiva de pico entre março e maio. “Nesse caso, entramos num quadro de epidemia cruzada”, explicou.
“As duas doenças são virais e muito inflamatórias e, no caso de contaminação pelos dois vírus, existem mais chances de complicações sérias”, advertiu o secretário.
A recomendação principal para a população é eliminar todos os recipientes que acumulem água. Quando não puderem ser descartados, a orientação é que sejam devidamente vedados ou tratados.
A vistoria de criadouros deve abranger locais menos convencionais, como calhas de chuva, ralos externos, vasilhas de animais, bandejas de ar-condicionado e geladeiras, além de vasos sanitários desativados.
Os dados do LIRAa
O último levantamento sobre a proliferação do Aedes Aegypti em Ipatinga mostra que 34% dos criadouros predominantes estão em vasos, pratos e bebedouros; 21,6% se encontram em garrafas, latas; 19,2% em depósitos no nível do solo (barril, tina, tambor, tanque, poço) e 12,4% em pneus e outros materiais rodantes.
Os bairros onde a situação é mais grave são: Esperança e Ideal - 9,1%; Veneza e Vila Celeste - 7,8% e 7,1%, respectivamente; Limoeiro, Chácaras Madalena, Córrego Novo, Chácaras Oliveira e Barra Alegre - 6,6%; Canaã - 5,2%, e Cidade Nobre e Iguaçu - 4,6%.
Os índices estão mais controlados nas seguintes localidades: Imbaúbas, Bom Retiro, Bela Vista, Das Águas, Cariru, Castelo, Vila Ipanema, Centro, Novo Cruzeiro e Parque Ipanema - 1,2%; Bom Jardim, Ferroviários, Horto e Industrial - 1,3%.