Três dias depois da polêmica em torno do pregão para compra de remédios sem comprovação científica para tratamento de infectados pelo novo coronavírus, o secretário municipal de Saúde de Nova Lima, Rafael Guerra, deixou o cargo. Ele se reuniu na tarde deste domingo (24/1) com o prefeito eleito, João Marcelo Dieguez (Cidadania), e comunicou a renúncia.
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Médico, Rafael Guerra começou os trabalhos na prefeitura em 1º de janeiro. Agora, o vice-prefeito Diogo Ribeiro assumirá a função na secretaria interinamente, até a prefeitura escolher novo nome para a pasta.
Na tarde deste domingo, João Marcelo publicou comunicado numa rede social informando a saída do secretário: “Acabo de sair de uma reunião com o Dr. Rafael Guerra em que o secretário de saúde colocou o cargo à disposição. O meu convite para a sua participação no governo veio em decorrência do respeito e admiração pela sua carreira e pela certeza da sua contribuição frente à nossa Secretaria de Saúde. Agradeço o empenho em nosso governo, onde o bem-estar de todas e todos sempre foi a prioridade”.
Kit COVID não tem aprovação da OMS
A compra de remédios sem eficácia científica repercutiu mal entre a população de Nova Lima. Como noticiou o EM, o município abriu licitação para eventual compra de ivermictina, hidroxcloroquina e azitromicina em função da expansão da COVID-19 na cidade.
A prefeitura havia anexado ao edital uma tabela para que as empresas interessadas registrassem os preços cobrados pelos medicamentos. A referência dada pela administração da cidade contemplava 60 mil comprimidos de hidroxicloroquina (400 mg), 100 mil de ivermectina (6 mg) e 20 mil de azitromicina (50 mg).
Em nota, o Executivo municipal justificou a compra dos medicamentos: “A Prefeitura de Nova Lima esclarece que não se trata de uso obrigatório desses medicamentos e nem de distribuição em massa, e sim de mais um serviço que a população terá acesso em decisão compartilhada com seu médico. É importante ressaltar que cabe ao médico a decisão da melhor terapia a ser aplicada”.
Os medicamentos, que fazem parte do que é chamado de "tratamento precoce", além de não terem eficácia comprovada cientificamente para os casos de COVID-19, não são reconhecidos, para esse fim, pela Organização Mundial de Saúde.
Os medicamentos, que fazem parte do que é chamado de "tratamento precoce", além de não terem eficácia comprovada cientificamente para os casos de COVID-19, não são reconhecidos, para esse fim, pela Organização Mundial de Saúde.