Quem estava na Região de Nova Lima na tarde deste domingo (24/1) presenciou um fenômeno atípico, mas que pode ser mais comum nesta estação do ano. Ao contrário do que muita gente pensou, não se tratava de um tornado, mas sim do princípio dele. Uma ‘nuvem funil’ é o termo correto para o que foi visto na região.
Segundo o meteorologista do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Guilherme Schild, não havia condição nenhuma de tempestade na região. O que aconteceu foi devido à topografia do terreno.
"Na parte leste da região estava entrando um ar úmido, vindo do oceano e, ao encontrar com a serra, na parte oeste, o ar subiu e se condensou, formando nuvens do tipo Torres de Cumulus", explica o especialista.
Guilherme afirma que o fenômeno é comum nesta época do ano e é conhecido por ‘nuvem funil’, já que, até o momento, não há registros dela tocando o solo. Quando isso acontece, nesse caso sim se forma um tornado.
Tornado em Nova Lima, em Minas Gerais? Meteorologista explica o fenômenohttps://t.co/vMlWXGzyOb pic.twitter.com/aTkzlKcxny
— Estado de Minas (@em_com) January 25, 2021
"Com o processo de levantamento do ar no complexo das serras, o vento começou a convergir e se encontrar onde estavam as nuvens. Ali, eles batem na umidade, iniciam a chuva, aumentam a vorticidade - que é o quanto as parcelas de ar, numa camada da atmosfera, tem capacidade de girar - e formam o funil",acrescenta.
De acordo com o meteorologista, a parcela de ar vai levantando e girando, ao mesmo tempo. Segundo ele, mesmo se o toque no chão não for visível, mas causar danos no local, aí sim também pode ser configurado como um tornado.
Em Minas Gerais, há registros de três tornados nos últimos dois anos. Santa Rita de Caldas, no Sul de Minas, teve o mais recente, em 2020. Outros dois foram registrados em Unaí e na Represa de Três Marias, em 2019.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira