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Estado de Minas PANDEMIA

Prefeitura de Nova Lima confirma cancelamento de licitação para kit-COVID

Polêmica em torno do tratamento precoce para coronavírus culminou na renúncia do secretário municipai de saúde, Rafael Guerra


25/01/2021 17:33 - atualizado 25/01/2021 17:46

Um dos defensores do tratamento precoce, secretário Rafael Guerra pediu demissão do cargo depois de reunião com prefeito João Marcelo(foto: Reprodução/Facebook)
Um dos defensores do tratamento precoce, secretário Rafael Guerra pediu demissão do cargo depois de reunião com prefeito João Marcelo (foto: Reprodução/Facebook)
 
Como esperado, a prefeitura de Nova Lima cancelou nesta segunda-feira (25/1) a licitação para compra de medicamentos para o tratamento do coronavírus sem comprovação científica. Na semana passada, o município havia feito pregão para que as empresas registrassem os preços para adquirir 60 mil comprimidos de hidroxicloroquina (400 mg), 100 mil de ivermectina (6 mg) e 20 mil de azitromicina (50 mg). 
 
O episódio repercutiu mal entre a população da cidade. A polêmica levou o secretário municipal de Saúde, Rafael Guerra, a pedir demissão neste domingo (24/1), depois de reunião com o prefeito João Marcelo Dieguez (Cidadania). Ele era um dos defensores da adoção do tratamento precoce para a doença, método não recomendado pelos médicos. 

“A prefeitura de Nova Lima informa que, nesta segunda-feira (25/01), tomou as providências necessárias para anular o processo licitatório que previa a compra de medicamentos para o enfrentamento da emergência de saúde pública e esclarece que, conforme preconiza a legislação, a publicação será retirada do portal da transparência assim que o extrato de cancelamento de edital for publicado em um jornal de grande circulação, previsto para esta terça-feira”, diz o comunicado da prefeitura de Nova Lima. 

"O governo municipal reitera que segue aberto ao diálogo e debate construtivo, atento ao posicionamento de outros setores da sociedade e firme no propósito de controlar o avanço da COVID-19 em Nova Lima, investindo nas várias frentes de combate à doença", acrescenta a nota. 

Depois da repercussão na semana passada,  o Executivo municipal justificou, na ocasião, a compra dos medicamentos: “A Prefeitura de Nova Lima esclarece que não se trata de uso obrigatório desses medicamentos e nem de distribuição em massa, e sim de mais um serviço que a população terá acesso em decisão compartilhada com seu médico. É importante ressaltar que cabe ao médico a decisão da melhor terapia a ser aplicada”.


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