As investigações apontaram pessoas em Campo Belo que estariam capturando espécimes de pássaros da fauna nativa e promovendo sua marcação com anilhas falsificadas para serem vendidas no Sul de Minas. “Alguns dos investigados possuem registro no Ibama como Criador Amador de Espécimes Passeriformes da Fauna Silvestre (CAP). Anilhas são categorizadas como selo público e somente podem ser confeccionadas por fábricas cadastradas no Ibama, conforme especificações técnicas estabelecidas pelo órgão”, disse Polícia Federal.
O trabalho começou com um levantamento feito pela Polícia Militar do Meio Ambiente. “Há um certo tempo, estamos notando que várias ocorrências vêm sido registradas em Campo Belo nessas condições. Fizemos uma estatística e reportamos para a Polícia Federal, porque o crime de adulteração de selo é de competência deles. A partir daí, fomos trocando informações. Com base nisso, fizemos um trabalho em conjunto e requeremos ao Ministério Público 12 mandados judiciais”, explica Tenente da Polícia Militar do Meio Ambiente, Emerson Ludgero da Costa.
Na manhã desta terça-feira, as polícias prenderam cinco pessoas, além de 45 gaiolas, 68 pássaros de diversas espécies, gaiolas, alçapões, centenas de anilhas falsificadas, celulares, agendas e cadernos com anotações referentes ao crime.
O material apreendido e as pessoas presas foram encaminhadas para a Delegacia da Polícia Federal em Varginha.
“Os investigados responderão por crime previsto na Lei dos Crimes Ambientais, consistente na guarda, manutenção em cativeiro e comércio de espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão (artigo 29 da Lei nº 9.605/98); uso de anilhas falsificadas colocadas em espécimes capturadas (artigo 296, §1º, inciso I, do Código Penal); e associação criminosa (artigo 288 do Código Penal); podendo cumprir até 10 anos de prisão, se condenados”, confirma a Polícia Federal.