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Estado de Minas POLÍCIA

Mais de uma tonelada de drogas é apreendida pela polícia em Ravena

Mais um modus operandi do tráfico, guardas a droga e pagar aluguel a pessoas humildes, é detectado


26/01/2021 17:06 - atualizado 26/01/2021 17:28

Na foto, o investigador Leandro Del Cantoni e os delegados Júlio Wilke e Rodolpho Tadeu Machado(foto: PCMG/Divulgação)
Na foto, o investigador Leandro Del Cantoni e os delegados Júlio Wilke e Rodolpho Tadeu Machado (foto: PCMG/Divulgação)
A cada dia que passa, mais e mais formas de trabalhar do tráfico de drogas na Grande BH são descobertas. Se na segunda-feira (25/01) foi detectada uma das formas de distribuição, utilizando motoristas de aplicativos, nesta terça-feira (26/01) foi identificada a forma de armazenamento e guarda de entorpecentes. Os grandes traficantes, agora, pagam o aluguel da guarda a pessoas humildes, sempre alguém que não tenha tido qualquer passagem pela polícia.

Foi o que policiais da 2ª Delegacia do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) descobriram ao flagrar uma pequena residência, constituída apenas de copa-cozinha, banheiro e quarto, em Ravena, distrito de Caeté, que guardava nesse último cômodo, 1.287 quilos de maconha, sendo 1.247 quilos ainda em barras.

O dono da casa é um homem de 39 anos, que cuida da manutenção de ar condicionado e viu, na proposta, segundo os delegados Júlio Wilkie e Rodolpho Tadeu Machado, a oportunidade de aumentar seu ganho mensal. Ele guardava a droga em troca de uma espécie de aluguel, bem superior ao seu salário. Ele foi preso em seu local de trabalho, uma repartição pública, onde tinha sido contratado para prestar serviços.

“Ele é um trabalhador e recebeu proposta da organização criminosa para fazer a guarda da droga. Como ele não tem nenhuma passagem, nunca foi preso, é uma pessoa que passaria despercebida pelos órgãos de segurança”, diz o delegado Rodolpho.

 História de teatro


 Ao ser preso, o homem, que é o dono da casa, contou uma história que não convenceu os policiais, segundo o delegado Rodolpho. “Ele, primeiro, disse que tinha perdido a chave de casa e, por isso, não tinha estado lá nos últimos cinco dias. Chegou a dizer que quem encontrou a chave, colocou as drogas lá dentro.”

Mas a verdade acabou aparecendo, segundo o delegado. “Os traficantes estão pegando pessoas que são humildes, sem passagens pela polícia, e propõe a guarda das drogas. Oferecem um bom dinheiro, como se fosse pagando um aluguel. A pessoa, como esse prestador de serviço, acaba enxergando que é uma oportunidade para ganhar dinheiro, e topa fazer o negócio. Isso está se tornando uma prática comum.”

O delegado Rodolpho Tadeu Machado explica que o investigado é suspeito de integrar uma organização criminosa e manter a guarda de entorpecentes.

Ele explica ainda, que os traficantes não são pessoas de Ravena, mas sim de Belo Horizonte. “Essa droga tem como destino a Região Metropolitana. Ela seria fracionada para outros traficantes. “Hoje, os chefes do tráfico procuram lugares próximos a Belo Horizonte, de pouco mocimento, para poderem montar depósitos, ao invés de deixá-los em casas ou barracos em favela, dentro da capital.”


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